A Namíbia comemora 25 anos de independência
20 de março de 2015
A Namíbia comemora a independência de forma diferente. Este sábado, Hage Geingob será empossado como o novo Presidente do país. Foi também no dia da independência que, dez anos antes, o seu antecessor Hifikepunye Pohamba tomou posse, tal como já acontecera com o Presidente anterior, Sam Nujoma, o primeiro Presidente da Namíbia.
No país, a festa da independência é assim também uma festa da democracia. Uma democracia tida em alta consideração não só pelo Governo mas também por vários conhecedores da região: o país é estável politicamente e as mudanças de gabinetes decorrem de forma pacífica e democrática.
A SWAPO, o Movimento de Libertação da Namíbia, que se tornou um partido e está no poder desde a independência, tem dado um forte contributo para essa estabilidade, diz Graham Hopwood, do Instituto namibiano de Pesquisa sobre Políticas Públicas: "Apesar de dominar a cena política, é preciso reconhecer que, com a SWAPO, a Namíbia não se transformou num Estado autoritário. Em África, a Namíbia é um dos países líderes no que diz respeito à liberdade de imprensa. Não houve tentativas de limitar jornais ou activistas dos direitos humanos."
Jovens otimistas quanto ao fututo do país e do novo Presidente
Também por isso, jovens como Leonard Imene, que trabalha na área do software em Windhoek, a capital do país, olham para o futuro com bons olhos: "É uma nova era. Até agora, tivemos políticos natos. Agora temos um novo Presidente com um passado académico. Espero que ele reforce o sistema educativo."
Asnath Kambunga, que trabalha como formadora, tem uma boa impressão do novo Presidente: "Na televisão estatal, ele promove o diálogo. As pessoas fazem-lhe perguntas sobre tudo um pouco e ele responde."
Mas o analista Henning Melber é crítico quanto à dominância da SWAPO: "O partido cvi continuar a ter uma posição hegemónica. Não há uma verdadeira oposição. Faltam alternativas políticas e ideológicas, também porque, com frequência, estes partidos se focam mais em questões regionais ou étnicas."