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Sentença contra extremista maliano a 27 de setembro

Jan-Philipp Scholz / gs / Lusa25 de agosto de 2016

A acusação pediu oficialmente uma pena de 9 a 11 anos de prisão para o jihadista maliano que está a ser julgado pelo TPI pela destruição de mausoléus em Timbuktu. Ahmad al-Faqi al-Mahdi já se declarou culpado.

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Mali Ahmad Al Faqi Al Mahdi vor dem Internationalen Strafgerichtshof in Den Haag
Foto: Reuters/R. van Lonkhuisen

O Tribunal Penal Internacional (TPI) vai pronunciar no próximo dia 27 de setembro a sentença e a pena de Ahmad al-Faqi al-Mahdi, que se declarou culpado da destruição, em 2012, de nove mausoléus e da porta da mesquita de Sidi Yahia, monumentos classificados com património mundial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Muitos residentes de Timbuktu são a favor da condenação e mostram-se satisfeitos com o julgamento histórico do primeiro acusado de crimes de guerra pela destruição de patrimônio. "Aguardámos ansiosamente o processo. Queremos que seja feita justiça para que algo assim nunca mais aconteça", disse um morador à DW.

Mali Timbuktu zerstörtes Mausoleum
Mausoléu destruído em TimbuktuFoto: picture-alliance/AP Photo/B. Ahmed

Em 2012, um grupo de jihadistas islâmicos invadiu a cidade lendária do norte do Mali, destruindo inúmeros monumentos históricos. Um ano depois, Timbuktu foi libertada por uma coligação de soldados franceses, malianos e outras tropas africanas.

A presidente da Comissão Alemã da UNESCO, Verena Metze-Mangold, vê o julgamento no TPI como um sinal importante. "O terrorismo contra esses locais não é apenas contra pedras antigas ou monumentos históricos, mas incide sobre o poder simbólico", explica. "Mesmo à noite, quando a cidade ainda estava ocupada, as pessoas continuavam a ir aos mausoléus, arriscando a própria vida", sublinha.

Outras vítimas além dos monumentos

O julgamento de Ahmad al-Faqi al-Mahdi - um especialista de religião do Ansar Dine, um dos grupos que controlaram o norte do Mali durante cerca de 10 meses em 2012 - suscitou também algumas críticas. O advogado maliano Bakary Camara lembra que há outras vítimas além dos monumentos.

"Ficaríamos contentes se o procurador-chefe alargasse as investigações a outras áreas, como a violência sexual, tortura e outros crimes contra as mulheres em Timbuktu e noutras partes do norte do Mali", critica.

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Além do Mali, há uma ameaça crescente em várias regiões do mundo contra o património cultural da humanidade, alerta a presidente da Comissão Alemã da UNESCO.

"O designado Estado Islâmico criou laços com outras 30 organizações terroristas que querem disseminar a sua ideologia ao mundo civilizado", diz Verena Metze-Mangold, salientando que isso aumenta o risco de destruição cultural no Médio Oriente, no mundo Árabe e em África.

Atualmente há 55 localidades Património Mundial da UNESCO que estão em perigo, 22 delas no continente africano.