Timor-Leste quer criar consórcio petrolífero lusófono
2 de julho de 2015O projeto lançado pelo Governo de Timor-Leste para a constituição de um consórcio petrolífero oferece muitas vantagens às empresas dos países lusófonos que aderirem. A ideia foi reforçada em Lisboa por Alfredo Pires, que tutela a pasta do Petróleo e Recursos Minerais.
"Está tudo em aberto", afirma o governante. "Esperamos que outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também achem boa ideia. Alguns podem querer blocos, outros talvez queiram fazer uma refinaria."
A Timor Gap – Companhia Nacional de Timor-Leste já sondou as parceiras angolanas (Sonangol), a portuguesa (Galp) e a brasileira (Petrobras), além das entidades responsáveis pelo setor em São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Oportunidades de negócio
A iniciativa, segundo o governante timorense, constitui uma oportunidade de negócio e de investimento na área da energia. "Pode ser um bloco de Timor-Leste ou outras atividades petrolíferas. Há várias oportunidades de negócio e há capacidades dentro do bloco CPLP que podemos trabalhar".
As propostas serão apresentadas a uma equipa técnica, que avaliará o interesse das companhias estatais e privadas dos Estados membros da CPLP. "E porque não dentro do bloco?", pergunta o ministro. "Alguns têm capacidade financeira para contribuir. Outros talvez tenham capacidade para fazer estudos de viabilidade", explica.
Segundo o governante, "ainda não existem condições suficientes para declarar um contrato desse tipo, mas estão a pedir que o Governo crie um grupo técnico para analisar essa possibilidade de negócio."
O consórcio atuará nas áreas das energias renováveis e não renováveis, como forma de diversificação das fontes de produção.
Fundo Soberano de Petróleo
Na entrevista que concedeu à DW África, Alfredo Pires realça ainda a importância do Fundo Soberano de Petróleo do seu país, hoje dotado de um capital de 17 mil milhões de dólares, cuja gestão transparente constitui um exemplo a seguir pelos demais países produtores (como Angola).
Segundo o ministro, devido à boa governação, a economia timorense não sofreu as consequências da queda do preço do petróleo no mercado internacional. É uma experiência que o mais jovem país lusófono quer partilhar com os seus pares.