"Troca por troca": Alemanha expulsa embaixadora do Chade
11 de abril de 2023A embaixadora chadiana, Mariam Ali Moussa, tem 48 horas para deixar a Alemanha, avançou esta terça-feira (11.04) o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
A decisão surge depois de na passada sexta-feira (7.11), o Governo do Chade ter expulsado o embaixador alemão no país, Jan Christian Gordon Kricke, devido à sua "atitude indelicada" e "falta de respeito pelos práticas diplomáticos".
Jan Christian Gordon Kricke, que exercia o cargo de embaixador da Alemanha no Chade desde 2021, deixou o país no sábado.
"Lamentamos que tenha sido necessário chegar a este ponto", frisou o porta-voz do ministério alemão.
"O embaixador Kricke exerceu o cargo em N'Djamena de forma exemplar e trabalhou em prol dos direitos humanos e da rápida transição para um Governo civil no Chade", acrescentou.
O Governo de Mahamat Idriss Deby Itno não especificou as razões concretas que motivaram a expulsão de Gordon Kricke. Mas um funcionário, que falou sob condição de anonimato à agência de notícias francesa (AFP), afirmou que N'Djamena criticou o diplomata por "interferir demasiado" na "governação do país", bem como por "comentários tendentes a dividir os chadianos".
O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão considerou na sexta-feira as razões para a expulsão de Kricke "absolutamente incompreensíveis".
O Chade tem sido liderado por um Governo militar de transição chefiado por Mahamat Idriss Déby Itno, desde abril de 2021. Déby Itno assumiu o poder depois da morte do pai, Idriss Deby, num confronto com rebeldes.
A junta militar prometeu entregar o poder a civis através de "eleições livres e democráticas", contudo, em outubro, o Governo de transição foi prolongado por dois anos.
A embaixada alemã juntou-se a outras de país como a França, Espanha e Países Baixos para expressar a sua preocupação com o atraso no regresso à democracia.