Tráfico de combustível na fronteira Camarões-Nigéria
7 de novembro de 2018Nas ruas de Idenau, os soldados armados avisam que não é permitido tirar fotografias ou gravar sons sem uma autorização explícita das autoridades,
Depois insistem em acompanhar o repórter na sua missão ao porto. Aqui o ar cheira a gasolina. Um traficante de combustível pede ao repórter que se afaste com ele, para que a polícia não ouça o que tem para dizer. E revela: "Sou um homem de negócios. Vim apenas para comprar mercadoria de contrabando. Este combustível vem da Nigéria. As dificuldades aqui obrigam-nos a ganhar a vida de qualquer modo."
Apesar dos controles levados a cabo pelo Governo, muitos assumem o risco e envolvem-se no tráfico do combustível ilegal. Incluindo este pescador que não esconde: "Compramos a gasolina de contrabando porque aqui não há postos para nos abastecermos."
Forças de Segurança envolvidas na corrupçãoPassados uns momentos começam a chegar ao porto barcos com contentores de 200 litros repletos de combustível ilícito, debaixo dos olhos da polícia e da guarda aduaneira, que não interferem. Os traficantes dizem que todos são subornados, por isso fazem de conta que não vêem nada.
Quem segue pela estrada que liga Limber a Buea passa por um sem número de pontos de venda improvisados de combustível em garrafas de plástico transparentes.
Mbella Yondo diz que o Governo tem dificuldades em combater o tráfico, porque as forças de segurança estão envolvidas no contrabando lucrativo e que "os agentes de segurança confiscam o combustível aos traficantes. Depois vão vendê-lo a outros que os subornaram".
Economistas estimam que os Camarões perdem o equivalente a seis mil euros por dia por causa do contrabando de combustível.