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Três dias, três países: Merkel faz périplo africano

Reuters | AP | AFP | Katrin Gänsler | Sandrine Blanchard | tms
30 de agosto de 2018

A chanceler alemã Angela Merkel tem um programa apertado no périplo que está a fazer pela África Ocidental. No Senegal, falou de investimentos e do combate à migração ilegal.

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Senegal - Angela Merkel besucht Senegal
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

Angela Merkel chegou ao Senegal, na quarta-feira (30.08), com uma comitiva de empresários alemães, que também a acompanharão até ao Gana e à Nigéria.

Com este périplo, a chanceler alemã pretende, sobretudo, reforçar os laços de cooperação económica para combater a migração ilegal para a Europa. Ao desembarcar em Dakar, Merkel encontrou-se com o Presidente Macky Sall e manifestou logo o interesse da Alemanha em investir no Senegal.

"Devemos aprender a combinar de forma sensata o desenvolvimento com o investimento privado, para que o Senegal possa fazer a transição gradual para uma recuperação económica autossustentável", afirmou a chanceler alemã. "Este é um país jovem, com 300 mil jovens a entrar no mercado de trabalho todos os anos, à procura de oportunidades. Por isso, é do nosso interesse que o desenvolvimento seja bem-sucedido."

Senegal aberto a investimentos

O Presidente senegalês garantiu que o seu país está interessado em investimentos estrangeiros, mas não está só aberto às ofertas alemãs.

"A Alemanha é bem-vinda", frisou Macky Sall. Mas "eu disse à chanceler que a China [também] é bem-vinda ao Senegal, tal como os Estados Unidos da América, a França e a Turquia, porque, a partir do momento em que encontrarmos uma fórmula para conseguir financiamento, transferir tecnologia, criar empregos para jovens, vamos aceitar. Não podemos rejeitar ofertas que ajudem os nossos jovens", afirmou.

Republik Senegal - Kanzlerin Merkel besucht Senegal
Chanceler Angela Merkel foi recebida no Senegal pelo Presidente Macky SallFoto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

A questão da migração

Mais de 11 mil pessoas do Senegal, Gana e Nigéria solicitaram asilo na Alemanha no ano passado. Grande parte das solicitações foi negada. Estima-se que 14 mil cidadãos destes três países africanos vivem ilegalmente na Alemanha.

Tanto no Gana como no Senegal, a Alemanha financia centros de aconselhamento para migrantes, onde os jovens retornados recebem ajuda na procura de emprego. Outro centro deste tipo deverá abrir na Nigéria até ao final do ano. Além disso, a Alemanha lançou a iniciativa "Compact with Africa" quando presidiu ao grupo das 20 maiores potências económicas mundiais, o G20. A medida prevê a transferência para as nações africanas de habilidades e tecnologias para atrair investidores ocidentais. O Gana e o Senegal já participam e a Nigéria demonstrou interesse.

Três dias, três países: Merkel faz périplo africano

Oportunidades

A chanceler alemã está no Gana esta quinta-feira e, na sexta, vai até à Nigéria, onde se encontrará com o líder da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean-Claude Kassi Brou, e com o Presidente Muhammadu Buhari, para discutir questões económicas.

Além disso, Angela Merkel também se encontrará com a sociedade civil. Moses Siasia, do Fórum de Jovens Profissionais da Nigéria, tem grandes expetativas quanto à visita: "Penso que esta é uma das formas mais diretas de se fazer parcerias comerciais. Além disso, os governos da Nigéria e da Alemanha podem criar um ambiente de relações comerciais para as empresas dos dois países e também oportunidades para beneficiar do conhecimento", afirma.

Em média, a economia do Senegal cresce a um ritmo de 7% ao ano, enquanto o Gana é visto como um refúgio de estabilidade na região. A Nigéria, apesar de ser vítima da insurgência do grupo radical Boko Haram e da volatilidade do preço do petróleo, continua a ser o segundo maior parceiro comercial da Alemanha na África subsaariana.