Olaf Scholz: "Europa unida para acolher refugiados"
6 de março de 2022O chanceler alemão Olaf Scholz e Úrsula von der Leyen, líder da União Europeia (UE), reuniram-se neste domingo (06.03), em Berlim, depois de a líder da UE ter estado sábado em Espanha, onde se encontrou com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, e discutiram a crise na Ucrânia resultante da invasão da Rússia e especialmente o acolhimento de refugiados.
"Nesta guerra,a Europa está estreitamente unida", escreveu o líder alemão na sua conta da rede social Twitter após o encontro com von der Leyen, cita a Efe.
A coesão quanto à questão do acolhimento dos refugiados ucranianos, salientou Scholz, não é algo "que tenha sido tomado como garantido", aludindo às posições divergentes com que os parceiros da UE responderam a anteriores crises migratórias.
Proteção rápida e desburocratizada
"É evidente que todos os parceiros da UE acolherão agora crianças, mulheres e homens que procuram proteção de uma forma rápida e desburocratizada", acrescentou Scholz.
Olaf Scholz tem estado envolvido em várias reuniões com líderes mundiais, tendo-se encontrado sábado com o primeiro-ministro israelita, Naftali Benet, que se deslocou a Berlim depois de se ter encontrado com o presidente russo Vladimir Putin, em Moscovo.
O encontro entre o primeiro-ministro israelita e o líder do Kremlin, aponta a Efe, durou cerca de três horas e foi seguido de uma conversa telefónica entre Benet e o presidente ucraniano Volodymir Zelenski.
O chanceler alemão já se tinha encontrado com Benet em Jerusalém, três dias antes, e falou por telefone com Putin na sexta-feira.
A invasão da Ucrânia já provocou, segundo a Organização das Nações unidas (ONU) mais de 1,5 milhões de refugiados, sendo que a Polónia recebeu mais de 800 mil ucranianos em fuga, enquanto os restantes foram acolhidos pela Roménia, Hungria e Eslováquia, no que diz respeito à UE.
Estimativas
Não existem estimativas fiáveis de quantos refugiados irão para a Alemanha, ou para outros países da EU, mas o semanário alemão Der Spiegel avançou, neste sábado, uma previsão de que 225 mil poderiam ir para o país.
A ONU já estimou que a guerra na Ucrânia pode causar 10 milhões de refugiados, mais de um quarto da população da Ucrânia.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.