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Ucrânia: Conselho de Segurança vai debater armas químicas

Lusa
11 de março de 2022

Reunião foi convocada por Moscovo, que acusa os EUA de financiarem um programa de armas biológicas na Ucrânia. No terreno, continua a evacuação de civis. Kiev acusa a Rússia de atacar corredor humanitário.

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Ukraine-Konflikt - UN-Sicherheitsrat
Foto: John Minchillo/AP Photo/picture alliance

A Rússia convocou na quinta-feira (10.03) uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir as suas alegações de "atividades biológicas militares dos Estados Unidos no território da Ucrânia".

Este pedido russo, divulgado através da rede social Twitter durante a tarde de quinta-feira pelo vice-embaixador da ONU, Dmitry Polyansky, surge no seguimento do repúdio e rejeição por parte da administração norte-americana, liderada por Joe Biden, das acusações de Moscovo.

O Kremlin acusou os Estados Unidos de financiarem um programa de armas biológicas na Ucrânia, afirmando ter encontrado provas nesse sentido em laboratórios ucranianos, noticia a agência Associated Press (AP).

Entretanto, a ONU já veio assegurar que não tem quaisquer provas da existência de tais programas ilegais, e Washington acusou Moscovo de "espalhar intencionalmente" teorias da conspiração e mentiras.

O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price, referiu, em comunicado, que esta "desinformação russa é um absurdo total e não é a primeira vez que a Rússia inventa tais falsas alegações contra outro país".

Em causa está a tentativa da Rússia de justificar as "suas próprias ações horríveis na Ucrânia" através da invenção de falsos pretextos, segundo Price. Washington salientou ainda que é a Rússia que tem programas ativos de armas químicas e biológicas e viola a Convenção sobre Armas Químicas e Armas Biológicas.

Os Estados Unidos acreditam ainda que esses tipos de alegações por parte da Rússia se prolonguem no tempo, considerando tratar-se de uma "manobra óbvia da Rússia para tentar justificar mais ataques premeditados, não provocados e injustificados" à Ucrânia.

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Nesse sentido, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, alertou que a Rússia pode estar a preparar-se para "usar armas químicas ou biológicas na Ucrânia", depois das acusações de Moscovo.

"Tropas russas não param de disparar"

Também esta quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou o Exército russo de impedir a retirada de civis das cidades sitiadas no sudeste da Ucrânia e de realizar ataques à rota prevista para o corredor humanitário de Mariupol. "As tropas russas não param de disparar. Apesar de tudo, decidi enviar um comboio de veículos para Mariupol, com comida, água e medicamentos", revelou através de um vídeo.

O chefe de Estado ucraniano considerou estas ações russas um "terror presumido e descarado" feito por "terroristas experientes".

Volodymyr Zelensky adiantou que 100.000 pessoas conseguiram sair nos últimos dias de outras cidades ucranianas envolvidas em confrontos devido à invasão russa. Só esta quinta-feira, 40.000 pessoas saíram das suas cidades através dos corredores humanitários, acrescentou.

O Exército russo mantém o cerco de várias grandes cidades ucranianas e continua os seus bombardeamentos, como o que atingiu um hospital pediátrico e uma maternidade, na quarta-feira, em Mariupol, cidade com um porto estratégico no mar de Azov, que está sitiada há dez dias.

A Rússia revelou na quinta-feira que vai abrir corredores humanitários todos os dias para permitir que os refugiados ucranianos cheguem a território russo. As autoridades da Ucrânia defendem que os corredores humanitários sejam para dentro do seu país rumo ao Ocidente e abriram na quinta-feira mais sete corredores para retirar os civis de algumas das cidades mais importantes do país.

Líderes da UE apoiam integração da Ucrânia

Reunidos em Versalhes, França, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) prometeram apoiar "sem demora" a Ucrânia na integração europeia, num comunicado divulgado esta quinta-feira.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou uma das conclusões do encontro: "Sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do caminho europeu".

No comunicado conjunto, "o Conselho Europeu reconheceu as aspirações europeias e a escolha europeia da Ucrânia", lembrando a legitimidade do pedido de Kiev "para se tornar membro da União Europeia". 

"O Conselho [Europeu] agiu rapidamente e convidou a Comissão [Europeia] a apresentar o parecer sobre este pedido, em conformidade com as disposições pertinentes dos tratados. Até lá e sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do seu caminho europeu. A Ucrânia pertence à nossa família europeia", de acordo com o comunicado.

A cimeira dos líderes europeus, inicialmente dedicada à economia, prossegue esta sexta-feira, focada na defesa e energia, por força da ofensiva russa na Ucrânia.

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