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Kiev envia autocarros para retirar civis de Mariupol

tms | com agências
31 de março de 2022

Governo ucraniano está cético quanto ao cessar-fogo anunciado pela Rússia em Mariupol, mas vai retirar civis através de corredores humanitários. Defesa britânica avança que novos ataques podem ocorrer em breve em Kiev.

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Cenário da guerra em MariupolFoto: Leon Klein/AA/picture alliance

Kiev vai enviar 45 autocarros para retirar civis de Mariupol, uma cidade sitiada no sudeste da Ucrânia, para onde Moscovo anunciou uma trégua, disse esta quinta-feira (31.03) a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk.

"Ontem [quarta-feira] à noite fomos informados pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha que a Rússia estava pronta para abrir o acesso dos corredores humanitários de Mariupol" à cidade de Zaporozhie via Berdiansk, disse, num vídeo publicado na plataforma de mensagens  Telegram.

"Para o corredor de Mariupol estamos a enviar 45 autocarros", acrescentou.

Bombardeamentos continuam

No entanto, intensos combates continuam em Mariupol, um dos principais objetivos das forças russas, e as forças ucranianas mantêm o controlo do centro da cidade, avançou hoje um relatório do Ministério da Defesa do Reino Unido.

O Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou ontem que um prédio da organização humanitária naquela cidade foi alvo de bombardeamentos russos.

Ukraine | Russische Angriffe auf die Ukraine
Escola bombardeada pela Rússia em MariupolFoto: Leon Klein/AA/picture alliance

Os ataques com mísseis e bombardeamentos pela Rússia também continuam em outras regiões ucranianas, segundo a Defesa britânia. As forças russas continuam a ocupar posições a leste e oeste de Kiev, apesar da retirada de um número limitado de unidades, acrescenta o relatório.

No documento é também avançada a possibilidade de ocorrerem fortes combates nos subúrbios da capital nos próximos dias.

Entretanto, nos Estados Unidos, a ministra da Defesa da Alemanha, Christine Lambrecht, em visita oficial a Washington, reforçou que Berlim, a Europa e a NATO estão "mais unidos do que nunca". Lambrecht demonstrou ceticismo quanto a um possível recuo da Rússia e disse que o Governo alemão prepara novo repasse de armas à Ucrânia.

Destruição de Kharkiv

Esta quarta-feira, o autarca da cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, informou que os soldados de Moscovo destruíram 15% da cidade.

Citado pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform, Ihor Terkehov que "nos últimos 35 dias, um total de 1.531 edifícios foram destruídos em Kharkiv, incluindo 1.292 casas residenciais".

Ukraine | Zerstörte Universität in Charkiw
Kharkiv é uma das cidades mais destruídas até agora pela guerra na UcrâniaFoto: AA/picture alliance

"O exército russo destruiu 76 escolas secundárias, 54 jardins de infância, 16 hospitais. Um total de 239 prédios administrativos estão em ruínas", acrescentou o autarca de Kharkiv - cidade perto da fronteira russa, que tem sido atingida diariamente por bombardeamentos russos desde o início da invasão a 24 de fevereiro.

Sem avanços no terreno

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia disse esta quarta-feira que os resultados das conversações entre a Rússia e a Ucrânia, que ocorreram em Istambul esta semana, não estão a ser implementados no terreno.

Infografik Wohin die Menschen aus der Ukraine fliehen PT

A Turquia continua empenhada em reunir novamente os ministros dos Negócios Estrangeiros ucraniano e russo. Numa entrevista na televisão turca, Mevlut Cavusoglu divulgou ontem que os ministros, Serguei Lavrov, da Rússia, e o homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, podem vir a encontrar-se "dentro de uma ou duas semanas".

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos. A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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