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Caderno reivindicativo entregue pela UNITA à CNE

Lusa | ar
7 de junho de 2017

A UNITA, entregou na Comissão Nacional Eleitoral de Angola (CNE) uma carta reclamando um novo concurso para a contratação de duas empresas que vão fornecer serviços tecnológicos nas eleições gerais de 23 de agosto.

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Angola Versammlung UNITA
Foto: Borralho Ndomba

Em declarações à imprensa, esta quarta-feira (07.06.) o secretário da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) para os Assuntos Eleitorais, Vitorino Nhany, referiu que depois da manifestação de sábado (03.06.), em todo o país, organizada pelo partido para contestar a contratação feita por ajuste direto, pela CNE, as reclamações constantes de um caderno reivindicativo foram entregues naquele órgão.

"A direção achou que deveria mandatar uma delegação no sentido de proceder à entrega desse caderno reivindicativo ao Presidente da Comissão Nacional Eleitoral, porque foram violadas duas leis - a Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais e a Lei de Contratação Pública", referiu.

CNE pode ainda corrigir "o que está mal”

O dirigente da UNITA reiterou que a CNE "ainda vai a tempo de corrigir aquilo que está mal", com vista a realização de "eleições livres, justas, transparentes e credíveis"."Quinze dias são suficientes para que se faça a contratação de uma empresa no sentido de poder responsabilizar-se pela solução tecnológica e por todo o mecanismo conducente à realização de eleições previstas para o dia 23 de agosto", disse Vitorino Nhany.

Angola Parteien UNITA Vitorino Nhany
Vitorino NhanyFoto: DW/J. Carlos

Além da realização de um novo concurso, a UNITA voltou a reclamar a questão sobre a transmissão dos resultados provisórios dos municípios para as sedes provinciais, aliada à idoneidade da empresa contratada para o efeito.

Cumprir a lei

Questionado sobre qual a posição a ser tomada pela UNITA caso a CNE mantenha as empresas contratadas, Vitorino Nhany disse acreditar que aquele órgão eleitoral vai cumprir com as leis.

"Se de facto houver contrariedade nesse sentido, acho que o dono do poder político, que é o povo, irá dar resposta e não pura e simplesmente a UNITA. A UNITA é parte desse povo, tomou a dianteira no sentido de poder chamar a atenção da correção daquilo que vai mal, mas o dono do poder político em última instância poderá responder a todas as anomalias que eventualmente venham a surgir", referiu. Em causa estão alegadas ilegalidades no procedimento contratual de duas empresas, SINFIC, portuguesa mas ligada a capitais angolanos, e INDRA, espanhola, para a elaboração dos cadernos eleitorais e o credenciamento dos agentes eleitorais e o fornecimento de material de votação e da solução tecnológica, respetivamente, e que já participaram nas eleições de 2012.

Angola 2012 Wahlen Luanda
Eleições gerais em Angola (2012)Foto: DW

UNITA volta a ser primeira no boletim de voto das eleições angolanas

A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, vai figurar na primeira posição do boletim de voto nas eleições gerais de 23 de agosto, tal como aconteceu na votação de 2012. 

O sorteio realizado na terça-feira (06.06.) pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), em cerimónia presenciada pelos mandatários das seis formações políticas que concorrem às eleições deste ano, coloca na segunda posição a Aliança Nacional Patriótica (APN).

A terceira posição é ocupada pelo Partido de Renovação Social (PRS), seguido do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, da Frente Nacional para Libertação de Angola (FNLA) e da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE).Além das posições de cada concorrente no boletim de voto, a CNE realizou também o sorteio da ordem dos intervenientes nos tempos de antena a emitir durante a campanha eleitoral na rádio e televisão.

Angola | Wahlplakat der Regierungspartei MPLA
Foto: DW/N. Sul de Angola

Recorde-se que pela UNITA, a lista pelo círculo nacional é encabeçada por Isaías Samakuva, presidente do partido e que concorre desta forma à eleição, por via indireta, para Presidente da República. Pela APN, a lista é liderada por Quintino Moreira, seguindo-se Benedito Daniel, líder e cabeça-de-lista do PRS.

João Lourenço, vice-presidente do MPLA e ministro da Defesa, lidera a lista, concorrendo assim à sucessão de José Eduardo dos Santos, chefe de Estado e que ao fim de 38 anos no poder já não vai a votos.

Pela FNLA concorre, como cabeça-de-lista, o líder do partido, Lucas Ngonda, e pela CASA-CE, avança Abel Chivukuvuku, líder e cabeça-de-lista daquela coligação.

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