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História

Veteranos moçambicanos exigem melhores pensões

Arcénio Sebastião (Beira)1 de junho de 2015

Em Moçambique, combatentes da luta de libertação nacional clamam por melhores condições de vida. Os mais de 160 mil combatentes continuam a enfrentar dificuldades, sobretudo quando se trata de receber as pensões.

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Soldado do exécito nacional num campo de refugiados de guerra em 1988Foto: picture-alliance/dpa

Combatentes da luta de libertação nacional de Moçambique querem ver os seus subsídios ao mesmo nível do salário mínimo em vigor no país. Os combatentes, que actualmente recebem cerca de 20 euros como salário mensal, dizem que para além de o valor ser exíguo, chega tardiamente aos destinatários.

Em Sofala, por exemplo, os combatentes entrevistados pela DW África dizem ser obrigados a percorrer longas distâncias nomeadamente, até à capital provincial ou vilas-sedes para levantar os seus subsídios.

Muitas vezes, o valor auferido serve para custear a despesa da deslocação. A nossa reportagem conversou com Augusto Panga de 67 anos idade, que foi primeiro-sargento na guerra dos 16 anos: "Quando acabou a guerra ali, tive que ir para uma outra região. Tenho fome, quero receber uma pensão digna e estou aqui em casa sem fazer nada... Era primeiro sargento e estou a receber mil cento e vinte meticais. Não devia ser isso, para mim deveria ser pelo menos três mil. As minhas crianças também querem estudar."

Augusto Panga, Veteran aus Mosambik
Augusto Panga, veteranoFoto: DW/A. Sebastiao

Não há ocupação para veteranos mais jovens

No distrito de Dondo conversamos com mais um combatente, por sinal mais jovem. Carlitos Manuel, 39 anos de idade, conta ter ingressado compulsivamente nas fileiras do exército nacional na província central da Zambézia, e desde então, não aufere o subsídio de reforma.

Segundo ele, o dia-a-dia dos que lutaram pela libertação da pátria é caótico: "A vida hoje em dia está difícil, mesmo. Não ganho nenhum subsídio e sofremos por isso. Queriamos que o Governo nos reconhecesse pelo tempo que lutamos, até agora estamos parados, não estamos a ver o rendimento."

E o que faz o Governo?

Entretanto, o porta-voz do ministério dos Combatentes, Horácio Massangaio, que falava à rádio estatal, Rádio Moçambique, disse que "o assunto dos combatentes é um desafio constante."

Mosambik Renamo Rebellen in den Bergen von Gorongosa
Jovens da RENAMO em treinos militaresFoto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

Massangaio enumera: "Temos também desafios na construção de habitações para os combatentes com grandes deficiências e outros. O termo combatente é muito geral, e neste âmbito existem três grupos: os combatentes de luta de libertação nacional, temos os combatentes de defesa, soberania e democracia, que na verdade são desmobilizados, quer seja do Governo ou da RENAMO, e finalmente temos os combatentes com deficiência."

Atualmente, Moçambique conta com 167 mil combatentes, dos quais mais de 300 são portadores de grandes deficiências, e estão incapacitados para exercer qualquer atividade remuneratória. Dados do ministério dos Combatentes indicam que, deste número, menos que a metade conta mensalmente com uma pensão fixa.

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