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Vulcão em Cabo Verde é ameaça para a economia

Cristina Krippahl26 de novembro de 2014

Há vinte anos que o vulcão na ilha cabo-verdiana do Fogo dormia tranquilo. Mas, tratando-se de um vulcão ativo, a atual erupção não foi completamente inesperada. O que é um fraco consolo para a população afetada.

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Foto: picture-alliance/dpa/I. Marques Noguira

Entre população deslocada e prejuízos materiais avultados, a situação desencadeada pela erupção, que começou no domigo, 23 de novembro, alarmou também o Governo central. O primeiro-ministro José Maria Neves deslocou-se esta quarta-feira, 26 de novembro, à ilha do Fogo, para se inteirar da situação em primeira mão e debater as medidas que se impõem com as autoridades locais.

Estas já providenciaram a evacuação de cerca de mil pessoas na região, apesar da intensidade da atividade vulcânica ter, entretanto, voltado a cair, disse à DW África o presidente da Câmara de São Filipe, no Fogo, Luís Pires: "Neste momento, a nossa preocupação está mais concentrada na reinstalação da população deslocada. Ainda há muitas dificuldades. Temos garantias de grande solidariedade nacional e internacional, da nossa comunidade na diáspora também"

Os danos são avultados

Luís Pires lembra que a erupção do vulcão veio agravar uma crise na ilha do Fogo desencadeada pela falta de chuva. E embora a menor atividade presente do vulcão suscite esperanças de um fim desta crise específica, é necessário não esquecer que a erupção precedente há duas décadas durou quase dois meses. Além de que: "Esta erupção no primeiro dia conseguiu fazer estragos equivalentes àqueles verificados nos dois meses da erupção de 1995. Estamos a equacionar e a fazer uma análise prospetiva antevendo que esta não será, infelizmente, a última erupção. Temos que estar preparados para, em situações do tipo, conseguirmos responder de forma mais positiva".

Kapverden
A terra na ilha do Fogo é fértilFoto: DW

A impossibilidade de abandonar Chã da Caldeira

As medidas mais imediatas passam por garantir o apoio à população que teve que abandonar as suas casas. Há que providenciar, alojamento, alimentação, cuidados de saúde e escola para as crianças. Muitas das famílias encontraram abrigo junto de familiares e amigos. Mas há também quem esteja em albergues improvisados pela proteção civil.

Em seguida, diz Luís Pires, vai ser preciso pensar também na gestão futura do território. Que, a ver do presidente da Câmara, não significa o abandono das povoações na cratera, por motivos económicos: "Deslocalizar a população em definitivo é impossível. Estamos a falar de uma área de fruticultura importante da ilha, com terreno altamente fértil nestes nove quilómetros de cratera que é Chã de Caldeira”. Além de que é aqui que origina, se não já o único, em todo o caso o “melhor e mais conhecido vinho” do país.

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A falta de água obriga os habitantes a transportar de longe o precioso líquidoFoto: DW#

Problemas de segurança

A população parece apostada em permanecer nas suas povoações. E preparada a enfrentar perigos para defender os seus pertences. Luís Pires diz serem exageradas as notícias de assaltos a casas abandonadas pelos habitantes em fuga da lava e das cinzas. Não obstante foram tomadas medidas para precaver a criminalidade, como reforçar a presença da polícia nacional, para além do estacionamento de 30 militares: " Em relação às casas das pessoas, fizemos questão de transmitir orientações para que pelo menos uma pessoa de cada família ficasse como guarda. E estas pessoas sendo conhecedoras do território de Chã de Caldeiras, podem também auxiliar o serviço de proteção civil e toda a logística de segurança montada ali dentro".

E não obstante alguns estragos, também as notícias que dão por perdidas plantas endémicas no Parque Natural, criado com a ajuda financeira da Alemanha, Exageradas, são exageradas, diz o presidente da Câmara: "O parque em si é enorme, e ultrapassa em muito Chã de Caldeiras e acredito que a maioria das plantas endémicas esteja protegida".

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