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Zimbabué: Maioria absoluta para ZANU-PF no Parlamento

DPA | Lusa | gcs
1 de agosto de 2018

Comissão Eleitoral zimbabueana anunciou que o partido no poder conquistou a maioria dos assentos no Parlamento. Oposição desconfia da demora na divulgação dos resultados das presidenciais. UE denuncia desigualdades.

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Foto: Reuters/P. Bulawayo

São os primeiros resultados oficiais a serem divulgados pela Comissão Eleitoral zimbabueana.

O partido no poder, a União Nacional Africana do Zimbabué - Frente Patriótica (ZANU-PF, na sigla inglesa), conseguiu a maioria absoluta no Parlamento, conquistando 109 assentos, contra 41 do Movimento para a Mudança Democrática (MDC). Outros dois partidos conseguiram, cada um, um lugar. 58 assentos parlamentares ainda estão por anunciar.

Até agora, não foram divulgados os resultados da votação para a Presidência da República, algo que já levou a oposição a desconfiar de fraude eleitoral. No entanto, a Comissão Eleitoral rejeitou as críticas de falta de transparência.

A presidente da Comissão Eleitoral, Priscilla Chigumba, assegurou que quaisquer que sejam os resultados, "eles refletirão exatamente o que as pessoas decidiram". 

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Emmerson Mnangagwa (esq.) e Nelson ChamisaFoto: picture-alliance/AP Photo

Candidatos à Presidência confiantes

O candidato do MDC à Presidência, Nelson Chamisa, disse ter informações de que ia à frente na contagem dos votos.

"Vencemos o voto popular e vamos defendê-lo", afirmou.

Mas vários observadores não estão tão certos da vitória de Chamisa, e o Presidente interino Emmerson Mnangagwa continuava confiante.

"A informação obtida pelos meus representantes no campo é extremamente positiva", referiu na terça-feira.

Mnangagwa ocupa o cargo de Presidente interino desde que o ex-chefe de Estado Robert Mugabe abandonou o poder em novembro, por pressão militar.

UE denuncia desigualdades e intimidação

Os observadores da União Europeia (UE) denunciaram esta quarta-feira (01.08) "a desigualdade de oportunidades" entre os candidatos às eleições gerais, assim como a intimidação de eleitores e a falta de confiança no processo eleitoral. 

Eleições históricas no Zimbabué

"O clima político melhorou, a votação decorreu de forma pacífica, mas a desigualdade de oportunidades, a intimidação de eleitores e falta de confiança no processo eleitoral minaram o ambiente pré-eleitoral", avalia a UE em comunicado.

A mesma nota indica que os observadores no terreno constaram "esforços para prejudicar a expressão em liberdade da vontade dos eleitores", com o chefe da comitiva, Elmar Brok, a denunciar "intimidações ligeiras, pressões e restrições" contra os eleitores para que estes votassem "a favor do partido do poder".

"Os direitos políticos foram, em grande parte, respeitados, mas há preocupações quanto ao clima das eleições e à utilização incorreta dos meios de comunicação", acrescentou Brok numa conferência de imprensa, em Harare.

Segundo a Comissão Eleitoral, a taxa de participação nas eleições gerais de segunda-feira rondou os 75% e a votação decorreu de forma pacífica. Se nenhum candidato presidencial conseguir a maioria dos votos, haverá uma segunda volta das eleições a 8 de setembro.

Atualizado às 14:44 (CET)