1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

África e a luta contra as alterações climáticas

Silja Fröhlich | nn
25 de setembro de 2019

É uma luta pelo meio ambiente, pelo planeta e pelo futuro. África é o continente que menos contribui para as alterações climáticas, mas o que mais sofre com os seus efeitos. Jovens dizem "basta".

https://p.dw.com/p/3QDIE
Protesto pelo clima em Joanesburgo a 20 de setembroFoto: Getty Images/AFP/M. Spatari

Da Cidade do Cabo a Abuja, de Windhoek a Kampala, centenas de milhares de jovens saíram às ruas em protesto, na sexta-feira passada (20.09), criticando a inação dos políticos no combate às alterações climáticas.

Em Dar es Salaam, dezenas de crianças protestaram ao som de batuques e trompetes. No Senegal, mais de duas centenas de alunos protestaram na cidade de Rufisque. No Gana, os jovens enviaram uma petição ao Ministério do Meio Ambiente e, no Quénia, manifestantes exigiram o fim das obras de construção de uma central a carvão na ilha de Lamu, cujo centro é Património Mundial da UNESCO.

"A central de carvão de Lamu é um desastre ambiental. É nociva para a saúde e precisa de ser parada imediatamente", diz Irungu Houghton, diretor-executivo da Amnistia Internacional, que ajudou a organizar o protesto no Quénia.

"Temos de aumentar a consciência pública e da juventude para que se possa enfrentar este problema e pressionar os Governos a tomar uma posição. A única possibilidade é tomar ações decisivas para reduzir as emissões de carbono e reduzir os níveis de aquecimento global", afirma Houghton.

Kenia| Klimastreik | Global Strike 4 Climate | Nairobi
Manifestação em Nairobi, no Quénia, a 20 de setembroFoto: DW/A. Wasike

Frustração no Uganda

Sob a égide do movimento Sextas-feiras pelo Futuro ("Fridays for Future", na designação em inglês), centenas de milhares de estudantes exigem há muito meses que os Governos mundiais tomem mais medidas contra as alterações climáticas. O movimento de protesto, que começou na Europa e que passou pela Cimeira da Ação Climática em Nova Iorque, há muito que se faz ouvir no continente africano.

No Uganda, grupos como o "Act Now" e o "Climate Change Network" organizaram os protestos de sexta-feira para aumentar a consciencialização para o problema do aquecimento global.

África e a luta contra as alterações climáticas

O objetivo é também travar a desflorestação do país: "Introduzimos leis ambientais contra as alterações climáticas no Uganda, mas estamos a testemunhar uma limpeza em massa das nossas florestas. Vemos investidores a construir nas áreas húmidas. Trata-se de uma ameaça à sustentabilidade. Estamos a ser negligentes com o nosso ecossistema", diz Edwin Muhumuza, do movimento "Youth Go Green Uganda"

50 milhões de refugiados do clima?

14% da população mundial vive em África e o continente só é responsável por 7% das emissões globais de gases com efeito de estufa. Mas, segundo dados da ONU, nenhum outro tem sido tão afetado pelas alterações climáticas: secas, inundações e tempestades extremas já se tornaram comuns para milhões de africanos.

As Nações Unidas alertam que mais de 50 milhões de pessoas podem estar em risco de fuga das suas regiões até 2020, porque os países de origem se tornaram autênticos desertos.

A Nigéria, o país mais populoso de África, também tem sido afetada pelas alterações climáticas. E Isiah Nuhu, da organização "Climate Change Mitigation and Adaption Initiative", faz um alerta: "É necessário fazer algo em relação a isto, porque não existe o planeta 2.0. Existe apenas este planeta e é este planeta que devemos proteger. Devemos alterar o modelo económico que estamos a usar para impulsionar a economia e precisamos de regressar à tecnologia verde."