Acusados de estupro coletivo na Índia se declaram inocentes
8 de janeiro de 2013"Eles vão alegar inocência." Estas foram as palavras do advogado Manohar Lal Sharma nesta terça-feira (08/01), em Nova Déli. Sharma declarou ser o representante legal de dois dos seis acusados de estuprar uma estudante indiana de 23 anos, no último dia 16 de dezembro.
"Nada foi provado ainda", prosseguiu o advogado de Akshay Thakur e Mukesh Singh, relatando que está também cooperando na defesa de um terceiro acusado, Ram Singh, irmão de Mukesh, representado pelo advogado V. K. Anand.
Os dois advogados haviam oferecido os seus serviços já na segunda-feira, quando os acusados se apresentaram diante de um tribunal na capital indiana. Mesmo com a reprovação dos colegas de profissão, Sharma e Anand optaram por defender os acusados.
"Eu entendo o sentimento das pessoas. Mas não podemos nos deixar levar pelas emoções. Os acusados têm tanto direito à justiça quanto a vítima", disse Anand, que declarou ter tido uma reunião preliminar com o motorista do ônibus, Ram Singh, para discutir a estratégia da defesa.
Vestígios de sangue
A acusação informou ter evidências de vestígios de sangue que associariam os acusados à cena do crime. Sharma, que foi visto visitando os denunciados Thakur e Mukesh Singh na prisão de segurança máxima de Tihar, deixou claro que pretende desacreditar o trabalho da polícia no manuseio da evidências criminais. Tanto Sharma quanto Anand se recusaram a dar mais detalhes.
A próxima audiência será realizada nesta quinta-feira, a portas fechadas, quando espera-se que o juíz transfira o julgamento para um tribunal especial, de resolução rápida. Ainda não se sabe quem vai defender os outros dois acusados, Vinay Sharma e Pawan Gupta. Especialistas dizem que a falta de representação legal para os cinco acusados pode dar margem a recurso se eles forem considerados culpados.
A audiência para o caso do sexto acusado está marcada para 15 de janeiro, quando a idade do adolescente deve ser comprovada. "A idade do acusado não está em ordem, portanto, a corte pediu ao diretor da escola do acusado para forneçer documentos que comprovem a real idade do adolescente", declarou um funcionário público da corte para menores infratores de Nova Déli, que preferiu ficar no anonimato.
PV/afp/rtr
Revisão: Francis França