Alemães poupam mais de 10% da renda
30 de outubro de 2003Cada família alemã possui em média 94.300 euros de patrimônio e 39.600 euros de dívida. A poupança individual é tradicionalmente utilizada para cobrir períodos de vacas magras, como desemprego e doença, ou para a aquisição da casa própria. Mas, atualmente, com a perspectiva de diminuição das aposentadorias, os alemães estão tratando de economizar dinheiro para a velhice.
"Os alemães já entenderam que o sistema de previdência não é suficiente para cobrir eventuais imprevistos e nem mesmo manter o nível de vida", afirma Dietrich Hoppenstedt, presidente da Associação das Caixas Econômicas da Alemanha.
Ações em baixa
– Os alemães, também, perderam muito dinheiro investindo em ações. Isto explica a queda do patrimônio global da Alemanha, a primeira registrada no período pós-guerra. Os salários líquidos também baixaram em 2002 e a instabilidade dos mercados financeiros refletiu-se nas opções de poupança.As aplicações tradicionais, como cadernetas de poupança, seguros de vida e títulos de renda fixa reconquistaram espaço, sem recuperar entretanto a importância que tinham em meados da década de 90.
A maior propensão à poupança é registrada na faixa etária entre 40 e 50 anos. São pessoas de alta renda, que já não têm mais de arcar com despesas de educação de filhos e não precisam contrair dívidas, explica Thomas Fusshöller, diretor econômico do Postbank.
Poupança estimula crescimento sustentável
A importância da poupança extrapola as necessidades individuais. Sem poupança não há crescimento econômico sustentável, na medida em que o dinheiro economizado é injetado nas empresas através do mercado de capitais: seja de forma direta, via compra de ações, seja indiretamente, através dos bancos de investimentos.
As poupanças individuais contribuem também para cobrir o déficit das finanças públicas. Teoricamente a economia de um país só pode investir um montante correspondente ao que é poupado.
Mas este quadro está sendo alterado pelo processo de globalização. Por um lado, as empresas têm recorrido aos mercados financeiros internacionais para suprir sua necessidade de capital.
Por outro lado, os pequenos investidores se aventuram em aplicações de riscos, que prometem altos dividendos. Muitos alemães perderam dinheiro em títulos de países que quebraram, como o México e a Argentina.