Alemanha busca maior influência na ONU
21 de setembro de 2004O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, exigiu o fortalecimento do Direito Internacional na cerimônia de abertura da 59ª Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, nesta terça-feira (21/09). Perante representantes de 191 países, Annan também voltou a criticar a política americana no Iraque. "Atualmente o Estado de Direito em todo o mundo está em perigo".
Annan ressaltou que mais do que nunca o mundo precisa de "um mecanismo eficiente capaz de buscar soluções conjuntas para problemas globais", lembrando que com este objetivo a Organização das Nações Unidas foi criada. Nestes tempos difíceis, a ONU é imprescindível para toda a humanidade.
Cada nação que proclama a soberania de Direito dentro de seu território deve respeitar esta mesma soberania no exterior, frisou Annan, conclamando novamente os países-membros a respeitar e contribuir com a implantação e manutenção a nível mundial dos princípios que constam na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Ele condenou a violação desses direitos, citando como exemplo o atual conflito em Darfur, que já causou milhares de vítimas, o seqüestro sangrento em uma escola na Ossétia do Norte, a incessante luta entre israelenses e palestinos e ainda os ataques contra civis e militares no Iraque.
Missão alemã
Nesta Assembléia Geral da ONU, a Alemanha pretende conseguir um mandato permanente no Conselho de Segurança da ONU. O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, que fará seu discurso na quinta-feira (23/09), revelou estar seguro de que o país conseguirá alcançar seu objetivo. Caso o plano de reformas da ONU, que prevê a ampliação do Conselho, seja aprovado, "então a Alemanha com certeza fará parte", disse Fischer, em Nova York.
A Alemanha é o terceiro maior contribuinte da ONU. Mais do que prestígio, o anseio alemão é ajudar a tornar a instituição mais eficiente e representativa. Até agora apenas cinco países – Estados Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha – possuem mandato permanente (com poder de veto) no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Ajuda mútua
O plano é ampliar o Conselho, um dos principais órgãos da ONU, para 25 mandatos, sendo mais quatro temporários (para Ásia, África, América Latina e Europa Ocidental) e até seis novos permanentes. A reforma depende, entretanto, da aprovação de dois terços dos 191 países-membros.
Nesta terça-feira (21), Fischer tem agendado um encontro paralelo com o presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e o premiê do Japão, Junichiro Koisumi. Assim como a Alemanha, estas três nações também pleiteiam por um mandato permanente no Conselho de Segurança e pretendem se apoiar mutuamente.