Alemanha espera mais de 1 milhão de refugiados em 2015
14 de setembro de 2015O ministro da Economia e vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, afirmou nesta segunda-feira (14/09) que a crescente chegada de migrantes levou o país a rever sua previsão de entrada de requerentes de asilo para 1 milhão em 2015.
"Há evidências de que não vamos acolher os 800 mil refugiados previstos anteriormente pelo Ministério do Interior, mas sim 1 milhão", afirmou Gabriel, em carta enviada aos membros de sua legenda, o Partido Social-Democrata (SPD).
É a primeira vez que um representante do governo federal reconhece que o número de refugiados que chegará ao país neste ano pode ultrapassar a estimativa divulgada pelo ministro do Exterior, Thomas de Maizière, em meados de agosto.
Desde o final do último mês, diversos governadores, entre eles, os do Hessen e de Brandemburgo, haviam declarado que, perante o fluxo intenso de requerentes de asilo que chegava diariamente à Alemanha, o número de refugiados neste ano deveria passar de 1 milhão.
Medida necessária
No documento, Gabriel defendeu também a decisão do governo federal de restabelecer temporariamente os controles na fronteira com a Áustria, frente a uma "situação imprevisível e excepcional".
O vice-chanceler ressaltou ainda que os requerentes de asilo que já estão na Alemanha "poderão permanecer no país até que seus pedidos sejam processados".
O restabelecimento dos controles na fronteira entre a Alemanha e a Áustria gerou temores de uma possível mudança no rumo da política de asilo de Berlim, além de levantar o questionamento de que a medida poderia significar o fim do acordo de Schengen – que estabelece uma zona de livre-trânsito entre os países da Europa.
O porta-voz da chanceler federal, Steffen Seibert, no entanto, reiterou nesta segunda-feira que o país não está fechando as portas aos refugiados. Segundo o representante de Angela Merkel, as medidas visam apenas levar ordem ao processo de acolhimento aos migrantes, pois diversas regiões alemãs estão sobrecarregadas com o grande fluxo migratório das últimas semanas.
"Os controles temporários de fronteira não significam o fechamento das mesmas: é algo completamente diferente. Os refugiados vão continuar a vir à Alemanha, e nós esperamos que isso ocorra de modo mais ordenado", afirmou Seibert.
O porta-voz alegou ainda que as medidas foram necessárias por motivos de segurança, para que as autoridades possam "saber mais sobre cada pessoa que chega" e conhecer melhor o perfil de cada um.
A iniciativa alemã desencadeou reações semelhantes em outros países. A Áustria anunciou que pretende estabelecer controles na fronteira com a Hungria, por onde muitos refugiados entram no país para tentar chegar à Alemanha. A República Tcheca e a Eslováquia também reforçaram a vigilância em suas fronteiras.
RC/afp/dpa/epd