1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Alemanha quer brindar a Copa com "amor próprio"

(gf)28 de maio de 2006

Livro publicado recentemente elenca 250 motivos para o povo orgulhar-se do país, parar de reclamar e, enfim, criar uma imagem própria positiva. Às vésperas do Mundial, Alemanha quer mostrar o seu orgulho.

https://p.dw.com/p/8X46
A bela Heidi Klum, é claro, está na listaFoto: PA/dpa

Enquanto a Alemanha se prepara para receber milhões de visitantes durante a Copa do Mundo, a nação está sendo motivada a parar de reclamar e a aprender a gostar de si mesma.

O recém lançado livro O melhor da Alemanha aponta 250 motivos para os alemães se orgulharem do país – da topmodel Heidi Klum à salsicha (Bratwurst), passando pelo amado Golf, carro da Volkswagen também bastante conhecido no Brasil.

Nürnberger Bratwurstherz
Bratwurst é (ou deveria ser) orgulho nacionalFoto: dpa

"Aonde quer que estejam, fora do país, os alemães estão sempre falando sobre a falta de inovação, as altas taxas e a sua população envelhecida", disse o editor do livro, Florian Langenscheidt.

"Mas um monte de gente com quem eu converso, me diz: 'Para nós, a Alemanha é ainda um paraíso'. E este contraste é que me fez pensar em produzir o livro. Ele não diz o que nós deveríamos estar fazendo, mas celebra um pouco do que é bom no país", emendou.

A lista dos 250 motivos foi selecionada por um grupo de personalidades alemãs, incluindo o lendário Franz Beckenbauer e a apresentadora de TV Sabine Christiansen.

Em 528 páginas, o livro mostra uma série de razões para que os alemães se amem, contribuindo com a própria imagem do país. Entretanto, críticos julgam que a publicação simplesmente mostra os problemas da Alemanha ao invés de uma identidade nacional coerente.

WM Tourismus Franz Bechenbauer
O 'Kaiser', chefe da Copa na Alemanha, é lenda no paísFoto: AP

"A poucos dias da Copa do Mundo, a Alemanha quer finalmente sentir-se orgulhosa de si mesma, mas mesmo que tenha toda a vontade do mundo, ela não sabe como", opinou o diário Tageszeitung.

Otimismo cauteloso?

Desde a reunificação em 1990, a Alemanha tem se esforçado para projetar uma imagem própria clara e nesta toada vem encontrando cada vez mais dificuldades por causa do crescente desemprego. Mas, diz Langenscheidt, "a maré está mudando".

"A Alemanha está encontrando um caminho para ter uma relação normal com sua bandeira e com seus símbolos nacionais, e é exatamente neste ponto que eu gostaria que o livro ajudasse", afirmou.

Um recente salto no otimismo alemão é creditado à conservadora chanceler federal Angela Merkel, que aparece na página 52 do livro e que no ano passado superou nas urnas Gerhard Schröder. Ele não é mencionado.

Die CDU-Vorsitzende und designierte Bundeskanzlerin Angela Merkel laechlt am 12. November 2005 in Berlin
Personalidade de Merkel é marca registrada da chancelerFoto: AP

"Em termos de personalidade, Merkel é menos otimista ou charmosa do que Schröder, mas paradoxalmente ela contribuiu muito para criar mais otimismo e uma visão construtiva do mundo e de nós mesmos", explicou o editor.

Alguns dizem também que a eleição do Papa alemão (na págia 310), também ajudou a melhorar a imagem do país, para dentro e para fora de suas fronteiras. "Nós estamos em uma boa fase, com ventos favoráveis, mas eu sempre sou cauteloso ao usar a palavra orgulho", finalizou Langenscheidt.