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Alemanha, Reino Unido, França e Itália reconhecem Kosovo

18 de fevereiro de 2008

Maioria dos países da União Européia se mostra favorável ao reconhecimento da independência do Kosovo, mas Espanha, Eslováquia, Grécia, Chipre e Romênia temem que o caso abra um precedente.

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Encobertos pela bandeira do país, moradores do Kosovo comemoram em PristinaFoto: picture-alliance/ dpa

Os quatro maiores países da União Européia (UE) – Alemanha, Reino Unido, França e Itália – anunciaram nesta segunda-feira (18/02) que reconhecerão a independência do Kosovo, enquanto o governo da Espanha reiterou que não aceitará o que chamou de "declaração unilateral". Os anúncios foram feitos em Bruxelas logo após uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE.

Segundo o ministro alemão, Frank-Walter Steinmeier, a maioria dos países-membros, entre eles a Alemanha, defende o reconhecimento de "um Kosovo multiétnico e democrático". Ele disse que ao menos 17 países da UE tomarão essa decisão "para evitar um vácuo de insegurança". O governo alemão tornará sua posição oficial na quarta-feira.

A França foi o primeiro país da União Européia a anunciar que reconhecerá a independência do Kosovo. De acordo com o ministro francês das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, o presidente Nicolas Sarkozy enviará ainda nesta segunda-feira carta ao governo kosovar.

A Espanha reiterou que não reconhecerá a independência. De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Miguel Angel Moratinos, a declaração desrespeita o direito internacional. A Eslováquia e a Romênia apoiaram a decisão espanhola. "A Eslováquia não vê uma maneira de reconhecer o Kosovo", disse o ministro Jan Kubis.

Estímulo a movimentos separatistas

Reunidos em Bruxelas nesta segunda-feira, os ministros das Relações Exteriores da União Européia decidiram não tomar uma posição conjunta em relação ao tema. "O reconhecimento não é algo para a UE como um todo", afirmou Dimitri Rupel, ministro das Relações Exteriores da Eslovênia, que ocupa a presidência rotativa do bloco.

Segundo o documento divulgado após a reunião em Bruxelas, cada país-membro pode decidir "em conformidade com suas práticas nacionais e de acordo com o direito internacional sobre sua relação com o Kosovo". Com isso, a União Européia cedeu aos temores dos países contrários à independência.

Espanha, Eslováquia, Grécia, Chipre e Romênia temem que o reconhecimento do Kosovo estimule movimentos separatistas em seus territórios. Na Espanha, o grupo ETA luta por um País Basco independente. O Chipre busca reunificar seu território, cujo norte é reconhecido como um país apenas pela Turquia, e é apoiado pela Grécia. Na Romênia e na Eslováquia vivem minorias húngaras.

Esses países temem que o Kosovo seja "um precedente que trará problemas no futuro", como comentou o porta-voz do governo cipriota, Vasilis Palmas. Para a chanceler federal alemã, Angela Merkel, não há esse risco, já que a situação do Kosovo "não tem comparação" com a de nenhum outro território no mundo.

Também a Bulgária apresentou objeções. Segundo o ministro búlgaro das Relações Exteriores, Ivailo Kalfine, a independência do Kosovo acarreta riscos de instabilidade para os Bálcãs. Sófia também está preocupada com uma eventual invasão de imigrantes sérvios, já que a Bulgária partilha 350 quilômetros de fronteira com a Sérvia a oeste e encontra-se a apenas 45 quilômetros do Kosovo a leste. (as)

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