Alemanha vai recuperar atraso em banda larga
17 de novembro de 2004Até 2010, o número de conexões de internet em banda larga chegará a 17 milhões – um total quatro vezes maior que os 4,2 milhões de usuários que dispunham de um acesso de alta velocidade em 2003. O tempo de conexão também triplicará no período, subindo dos atuais 40 minutos para quase duas horas ao dia, segundo o resultado de um estudo realizado pelo provedor de acesso T-Online em conjunto com o grupo Bertelsmann.
Com 40 milhões de usuários conectados, a Alemanha possui o terceiro maior mercado de internet do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Japão. Entretanto, quanto aos acessos em banda larga, o país precisa crescer muito para equiparar-se aos EUA ou mesmo aos vizinhos europeus. Segundo dados da Bitkom, a federação alemã das empresas de informação, telecomunicação e novas mídias, apenas 12 em cada 100 residências alemãs possuem tal acesso. Nos EUA, são 26; no Japão, 27; e, na Dinamarca, 24.
A proliferação do acesso veloz entre os alemães se dá a passos lentos. Enquanto a taxa de crescimento da maioria dos países europeus no segundo trimestre de 2004 ficou entre 10% e 15%, na Alemanha esse índice não passou de 1%. Mas, segundo a federação, o setor começa a apresentar sinais de expansão após um enorme esforço publicitário.
Boa infra-estrutura, mínima concorrência
Se dependesse apenas da disponibilidade da tecnologia, a Alemanha poderia ocupar as primeiras posições. Segundo a Deutsche Telekom, 90% das linhas telefônicas estão tecnicamente capacitadas para permitir o acesso através da tecnologia DSL.
Mas, segundo Brigitte Preissl, do Instituto Alemão de Pesquisa Econômica (DIW), um dos motivos que atrasam a expansão do DSL é a grande aceitação obtida pelo ISDN, a tecnologia que o antecedeu. "Muitos usam a internet principalmente para ler e-mails ou com outras finalidades mais simples", explica. São tarefas para as quais o ISDN cumpre perfeitamente sua função. Já nos Estados Unidos e na Coréia do Sul, por exemplo, a utilização da internet para a troca de imagens e como plataforma para jogos em rede – que necessitam de uma taxa maior de transferência de dados – justificaria a conexão via DSL.
Outro problema que limita a proliferação do acesso em banda larga na Alemanha é a falta de concorrência no setor. A maioria dos usuários alemães é obrigada a conectar-se através das linhas telefônicas. A oferta de acesso à rede por cabos de televisão é praticamente insignificante. Além do mais, a infra-estrutura de acesso DSL está toda nas mãos da Deutsche Telekom. Provedores alternativos correspondem a apenas 10% do mercado. "Uma concorrência maior entre provedores de acesso via DSL e cabo ajudaria a tornar a banda larga mais atraente", argumenta Preissl.
Solução para grandes empresas
Segundo o estudo da T-Online e da Bertelsmann, a banda larga trará vantagens principalmente a empresas. Especialistas consultados contam com um aumento tanto da competitividade quanto da produtividade. Até 2010, os peritos calculam um aumento de 13,5% da produtividade.
"Nossas pesquisas mostram, porém, que um acesso ISDN é suficiente para as demandas de um pequena empresa", destaca Preissl. "São as grandes empresas que dependem de altas taxas de transferência de dados." Para ela, serviços como telefonia via internet e aplicações móveis de banda larga poderiam impulsionar a expansão do serviço na Alemanha.