Laboratório do futuro em formato de chip
12 de novembro de 2004O novo chip desenvolvido por uma equipe de cientistas do Instituto Fraunhofer possui biomoléculas que funcionam como "captores" para as moléculas de uma solução, encaixando-se nelas como uma chave na fechadura. Este sistema sensor extremamente sensível pode ser empregado, por exemplo, para reconhecer componentes de ADN ou proteínas num exame de sangue.
O "chip-laboratório" possibilita produzir aparelhos de análise do tamanho de um cartão de banco. Seu campo de aplicações iria desde a detecção de venenos e análise de alimentos ao diagnóstico de doenças como a Sars. A tecnologia dos "biochips" não é novidade. Porém os resultados são normalmente lidos através de raios luminosos ou outras características fisico-óticas, num processo tecnicamente complexo e dispendioso.
O processo desenvolvido no Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Silício, ao contrário, baseia-se na transmissão direta de sinais elétricos. Tão logo a "molécula captora" encontra sua contraparte, ela emite um impulso, que é imediatamente registrado pelos circuitos eletrônicos de medição. As firmas Siemens e Infineon apóiam o Instituto Fraunhofer no desenvolvimento do novo "chip-laboratório".
Invenção de futuro
Os pesquisadores responsáveis pela nova técnica receberam nesta quinta-feira (11/11) o Prêmio Alemão do Futuro 2004, no valor de 250 mil euros. Criado em 1997, este se dirige a inovações no campo da tecnologia, engenharia e ciência. Entre os critérios de premiação está o potencial de mercado e a capacidade de gerar novos empregos.
Após a escolha por um júri, o prêmio é tradicionalmente entregue pelo presidente alemão. Para o atual chefe de governo, Horst Köhler, o Prêmio do Futuro deste ano demonstrou que "a Alemanha é capaz". A premiação seria uma prova de que "os alemães não só têm idéias, como são capazes de realizá-las".
No ano passado, o grupo químico Merck recebeu a distinção, por desenvolver um novo tipo de cristal líquido, especialmente apropriado para monitores LCD.