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Crise do euro

6 de dezembro de 2011

Também a Alemanha deve se preparar para um possível rebaixamento da sua nota triplo A, afirma o economista Wolfgang Gerke em entrevista à Deutsche Welle.

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Foto: picture-alliance/dpa

Um dos mais renomados economistas alemães diz que o alerta de rebaixamento da nota de 15 países europeus – inclusive a Alemanha, maior economia do continente – feito pela agência Standard & Poor's deve ser levado muito a sério.

Segundo Wolfgang Gerke, presidente do Centro Financeiro da Baviera, a advertência significa que os países europeus não podem continuar se endividando da maneira como fizeram até agora. Ele disse que também a Alemanha deve se preparar para um possível rebaixamento da nota.

"Numa hora como essa os políticos preferem calar a boca das agências de classificação de risco", disse Gerke. "Mas nós, como cidadãos, devemos estar felizes por essas agências existirem", declarou em entrevista à Deutsche Welle.

Deutsche Welle: Na sua opinião o que significa esse aviso, enviado a 15 países ao mesmo tempo?

Wolfgang Gerke: Este é um alerta que deve ser levado muito a sério. Numa hora como essa os políticos preferem calar a boca das agências de classificação de risco. O que não eliminaria o problema. Esta séria advertência significa o seguinte: vocês não podem continuar se endividando desse jeito, do contrário os juros que vocês pagam irão subir e o financiamento dos países se tornará tão caro que vocês logo perceberão que estão no caminho errado.

Nós, como cidadãos, devemos estar felizes por essas agências existirem. Elas fizeram muita besteira no passado, mas agora são como pequenas fontes de alerta no mercado, que são levadas mais a sério do que o cidadão comum que teme por seus investimentos.

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Economista Wolfgang GerkeFoto: DW-TV

Mas o senhor realmente acredita que a Alemanha deve se preparar para um rebaixamento de sua nota de crédito?

Sim, eu não descarto que isso ocorra. Pois a Alemanha está sozinha numa situação relativamente boa. Também nos endividamos bastante, infringimos os critérios de Maastricht, detalhes que são negligenciados quando pensamos na atual boa fase da economia alemã.

Mas a Alemanha tem que pagar junto com os outros países. O Banco Central Europeu comprou em grande quantidade títulos das dívidas de países europeus em crise, e a Alemanha está lá, bem na frente, pagando a conta. E é claro que as agências de classificação de risco veem isso com grande ceticismo. Por isso temos de ser cuidadosos. Provavelmente somos os últimos que podem ser rebaixados, e, se isso acontecer, provavelmente apenas um grau. Mas também isso é um sinal de alerta.

Autora: Sandra Berndt (md)
Revisão: Alexandre Schossler