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Após violência, Blockupy faz marcha pacífica em Frankfurt

18 de março de 2015

Manifestantes contrários às políticas de austeridade impostas pela UE protestam em frente à nova sede do Banco Central Europeu. Após queima de viaturas e confrontos com a política, protesto termina em paz.

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Foto: Getty Images/AFP/D. Roland

Mais de 10 mil pessoas lotaram a histórica Praça Römerberg, em Frankfurt, em um protesto pacífico na tarde desta quarta-feira (18/03), horas após a abertura da nova sede do Banco Central Europeu (BCE) no centro financeiro da cidade alemã.

A marcha pacífica da tarde em nada lembrou, porém, as cenas de violência registradas pela manhã, quando manifestantes do Blockupy – uma referência ao movimento Occupy Wall Street, que tomou parte do centro financeiro de Nova York em 2011 – queimaram viaturas e confrontaram policiais.

Segundo a polícia, 350 pessoas foram presas e 14 policiais ficaram feridos. Já os manifestantes alegam que 100 pessoas foram atacadas com spray de pimenta.

Formado por uniões trabalhistas e grupos anticapitalistas, o Blockupy critica as medidas de austeridade impostas a Estados-membro da União Europeia, como a Grécia.

Juntamente com a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), o BCE forma a chamada troica, responsável por estabelecer critérios para concessão de créditos financeiros a países europeus em crise. Algumas destas condições impostas pela troica estariam aumentando o desemprego e impedindo o crescimento econômico dos países tomadores de empréstimos, alegam os manifestantes.

Um dos coordenadores ação desta quarta-feira, o espanhol Sol Trumbo Vila contou à DW que o protesto contou com pessoas vindas de diversos países, como França, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Itália, Espanha e Portugal, que viajaram a Frankfurt para mostrar solidariedade aos gregos.

"O BCE é considerado um dos maiores responsáveis pelas políticas de austeridade que vêm sendo implementadas em toda a UE", disse Vila.

Para Pascoe Sabido, da organização Corporate Europe Observatory, era importante chamar a atenção para o fato de que, enquanto o banco europeu inaugura sua nova sede bilionária, exige que países em crise façam duros cortes em seus orçamentos. "Isso mostra onde a prioridades deles (BCE) está", afirmou.

Ao inaugurar sua nova sede de 1,3 bilhão de euros, o presidente do BCE, Mario Dragui, afirmou "não ser justo" responsabilizar o banco europeu pelas medidas impopulares de austeridades que vêm sendo adotadas em algumas partes da Europa. Dragui disse ainda que as manifestações adotam uma orientação equivocada, e defendeu que os países em crise tenham mais responsabilidade.

"Alguns, assim como esses manifestantes lá fora, acreditam que o problema é que a Europa está fazendo muito pouco. Mas a zona do euro não é uma união política do tipo que alguns países precisam permanentemente pagar por outros", afirmou Draghi.

MSB/rtr/afp/ap/dpa/dw