Feira do Livro
6 de outubro de 2010A Feira do Livro de Frankfurt, maior feira internacional do mercado livreiro, abriu suas portas ao público especializado nesta quarta-feira (06/10). Até o próximo domingo, cerca de 7.500 expositores de 111 países exibirão mais de 300 mil títulos, entre livros, filmes, revistas e audiolivros. O público em geral poderá visitar a feira no sábado e no domingo.
Neste ano, os avanços tecnológicos no mercado livreiro continuam a ocupar o espaço central da feira. Assim como na edição do ano passado, mídias digitais como CDs, livros eletrônicos e jogos de computador ganham cada vez mais espaço em Frankfurt.
Como acontece todos os anos, a Associação Alemã do Comércio Livreiro divulgou pouco antes do início do evento o vencedor do Prêmio Alemão do Livro de 2010. A agraciada deste ano foi Melinda Nadj Aboji, escritora de origem sérvia residente na Suíça.
A Argentina é o país homenageado desta 62ª edição da Feira do Livro de Frankfurt. Nesta terça-feira, a abertura oficial da feira contou com a presença da presidente argentina, Cristina Kirchner, e do ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle.
"Cultura em movimento"
Segundo o diretor da feira, Jürgen Boos, a Feira do Livro de Frankfurt é o "espaço idôneo para mostrar a realidade de um país e a imagem que ele quer levar para o exterior". E os números explicam por quê: mais de 250 mil visitantes e cerca de 12 mil jornalistas de 90 países visitarão a feira durante os cinco dias.
No ano de seu bicentenário, a Argentina tentará responder a essa expectativa com um ambicioso programa, que vai além da literatura e busca expor sua cultura "num sentido amplo, englobando desde seu cenário cultural até sua tecnologia", afirmou o Cofra, comitê organizador da participação argentina no evento.
Cerca de 60 escritores e 200 títulos participam do projeto, sob o lema "cultura em movimento". Nunca um país homenageado havia trazido tantos autores e novidades. A presença de escritores como Juan Gelman, Martín Kohan e Alan Pauls será complementada com noitadas de tango, exposições temáticas, exibições de filmes e uma gala lírica a cargo do maestro argentino-israelense Daniel Barenboim e do bandoneonista Rodolfo Mederos.
Como um dos principais temas que permeiam a literatura argentina contemporânea, a memória da ditadura militar no país entre 1976 e 1983 será um dos focos da participação argentina na Feira de Frankfurt de 2010.
Novas tecnologias e recitais
Mas, além da programação argentina, esta edição da feira oferece outras novidades, começando pela forte aposta que o setor editorial faz nas novas tecnologias. Segundo os organizadores do evento, "esta edição da feira está mais digital do que nunca".
Sob o lema "conteúdo e tecnologia", o evento estreia o conceito Frankfurt Sparks (centelhas de Frankfurt, do inglês), dividido em dois setores. O primeiro consiste em um ciclo de conferências multidisciplinares sobre a variedade e a atualidade dos diversos suportes criativos.
O segundo está integrado pelos chamados "hot spots", seis plataformas temáticas distribuídas em todo o recinto e dedicadas a diversos aspectos do mundo digital. Na Feira do Livro deste ano são apresentados tanto livros eletrônicos quanto leitores de livros eletrônicos. Os visitantes poderão manusear os leitores eletrônicos e, dessa forma, se familiarizar com a nova tecnologia.
Recitais de estrelas da literatura internacional, como Ken Follett, Jonathan Franzen, Bret Easton Ellis, Frank Schätzing e Günter Grass, complementam a programação cultural da feira, que supera 3 mil atividades.
CA/dpa/epd/cid
Revisão: Alexandre Schossler