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História

Arqueólogos descobrem academia da Grécia Antiga no Egito

7 de novembro de 2017

Espaço era usado para treinamento de homens em modalidades esportivas, mas também no ensino da literatura e filosofia. Esse é a primeira academia do tipo descoberta no atual território egípcio.

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Academia grega foi descoberta no sítio arqueológico de Wafta
Academia grega foi descoberta no sítio arqueológico de WaftaFoto: picture-alliance/AP Photo/Egyptian Ministry of Antiquities

Um grupo de pesquisadores do Instituto Alemão de Arqueologia encontrou uma academia da época helenística, que data do século 3 a.C., a 130 quilômetros do Cairo. Essa é a primeira descoberta do tipo no Egito.

O espaço possui uma grande sala de reunião, um refeitório, um pátio, uma pista de corrida de 200 metros de extensão e jardins em volta do conjunto, segundo anunciou o Ministério de Antiguidades do Egito nesta segunda-feira (06/11).

A escola de elite é similar a outras fundadas por falantes do grego ricos que desejavam que seus filhos aprendessem a ler e escrever, treinassem esportes e participassem de discussões filosóficas.

De acordo com Cornelia Römer, do Instituto Alemão de Arqueologia, responsável pelas pesquisas, naquela época, os ginásios eram privados.

Todas as principais cidades do mundo helenístico, incluindo Atenas, na Grécia, Pérgamo e Mileto, na Ásia Menor, e Pompeia, na Itália, possuíam academias onde jovens maiores de 18 anos eram educados. Esses espaços eram uma parte central da vida social e espiritual dos gregos.

"Embora muito menor, a academia de Wafta mostra claramente o impacto da vida grega no Egito, não somente em Alexandria, mas também no interior", ressaltou Römer.

A descoberta foi feita no sítio arqueológico de Wafta, a cinco quilômetros do Palácio Qasr Qarun, a construção mais importante da antiga cidade de Filoteris. Ela foi fundada às margens do Lago Qarun por Ptolomeu 2, rei que também construiu a icônica Biblioteca de Alexandria.

Quando foi fundada, há 2,3 mil anos, Filoteris tinha cerca de 1,2 mil habitantes, dois terços egípcios e um terço gregos, segundo o Ministério de Antiguidades. Ela foi um dos novos vilarejos construídos após Alexandre o Grande, invadir o Egito.

A construção de Wafta mostra que a cultura helenística se expandiu para muito além do litoral no Egito. O local fica 340 quilômetros ao sul da cidade de Alexandria e fica próximo ao Lago Qarun, encravado no deserto, perto do vale do Rio Nilo.

Ainda que nenhuma outra academia tenha sido encontrada no Egito até então, a existência delas era conhecida graças a várias antigas inscrições. As academias helenísticas eram administradas pelas autoridades locais e aberta a homens até os 30 anos de idade. As escavações feitas do Instituto Alemão de Arqueologia começaram em 2010.

CN/efe/ap/lusa

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