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Ataque aéreo atinge hospital dos MSF no Iêmen

28 de outubro de 2015

Pequena unidade médica é destruída na província de Saada. Não há registro de mortos. Organização humanitária afirma que mísseis são da coalizão militar que combate os rebeldes houthis. Arábia Saudita nega.

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Foto: picture-alliance/AP/Senior Airman Matthew Bruch/U.S. Air Force

Uma pequena unidade médica administrada pelos Médicos Sem Fronteiras (MSF) na província iemenita de Saada foi destruída por dois ataques aéreos, disse o chefe da organização no Iêmen, Hassan Boucenine, nesta terça-feira (27/10). Não houve mortes.

A primeira explosão ocorreu por volta das 23 horas (horário local) de segunda-feira e atingiu o prédio que abrigava escritórios da administração da unidade de saúde, segundo Boucenine. Ele afirmou que ninguém estava dentro do prédio, acrescentando que no momento em que o edifício principal foi atingido, cerca de dez minutos depois, os cerca de 12 funcionários e pacientes já haviam sido retirados.

"Está completamente destruído", disse Boucenine, sobre o hospital. A organização opera em oito províncias do Iêmen num momento em que muitos grupos externos de ajuda humanitária e até mesmo o pessoal das Nações Unidas já deixaram o país.

"Pode ter sido um erro, mas fato é que se trata de um crime de guerra. Não há razão para bombardear um hospital. Nós fornecemos [à coalizão] todas as nossas coordenadas de GPS, há cerca de duas semanas", afirmou.

Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita e apoiada pelos Estados Unidos tem lançado ataques aéreos contra rebeldes xiitas no Iêmen, também conhecidos como houthis, e seus aliados desde março. Saada, a fortaleza dos houthis, tem sido alvo constante dos bombardeios.

O MSF afirmou que a unidade médica foi atingida por mísseis de caças da coalizão. O porta-voz da operação militar, o brigadeiro-general Ahmed Asseri, disse que jatos da coalizão tinham estado em ação sobre Saada. Mas quando perguntado se tinham atingido um hospital, ele foi enfático: "De jeito nenhum". A Anistia Internacional pediu por uma investigação independente.

As Nações Unidas afirmaram que a instalação atingida foi o 39º centro de saúde destruído desde que a violência escalou em março, acrescentando que a crítica escassez de combustível, medicamentos, eletricidade e água poderiam significar o fechamento de muitos outros hospitais.

Este foi a segunda destruição de um hospital administrado pelos Médicos Sem Fronteiras neste mês. Em 3 de outubro, helicópteros americanos bombardearam um hospital da organização na cidade afegã de Kunduz, matando 30 pessoas. Os EUA afirmaram que o hospital foi atingido por engano, depois de que as forças afegãs tinham solicitado um ataque aéreo. O presidente Barack Obama pediu desculpas.

PV/ap/rtr