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Austrália pede clemência para condenados na Indonésia

25 de fevereiro de 2015

Ministra do Exterior diz estar decepcionada com rejeição de recurso de dois australianos condenados à morte. Assim como o brasileiro Rodrigo Gularte, eles estão entre os próximos na fila de execução.

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Australien Aussenministerin Julie Bishop Nov. 2013
Foto: Reuters

A ministra do Exterior da Austrália, Julie Bishop, afirmou nesta quarta-feira (25/02) estar "muito decepcionada" com a última tentativa frustrada de dois cidadãos australianos presos na Indonésia de se livrarem do corredor da morte. Eles tiveram os pedidos de clemência negados um dia antes.

Bishop voltou a apelar por clemência ao presidente indonésio, Joko Widodo. "Respeitamos a soberania da Indonésia, seu sistema legal. O que pedimos é que o presidente Widodo mostre misericórdia por esses dois jovens australianos", declarou a ministra. "Ele [Widodo] é um homem generoso e misericordioso."

Na terça-feira, um tribunal indonésio rejeitou os recursos de Myuran Sukumaran, de 33 anos, e Andrew Chan, de 31, para tentar evitar a execução, que poderá ser realizada nos próximos dias. Líderes da gangue Bali Nine, os dois foram presos em 2005 ao tentarem entrar na Indonésia com heroína. A pena de morte foi sentenciada no ano seguinte.

Nesta terça-feira, Widodo afirmou que nenhuma intervenção internacional vai barrar as execuções dos dois australianos nem de nenhum outro estrangeiro. Ele tem negado os insistentes apelos enviados por Austrália, Brasil e França – países com cidadãos inscritos na lista de próximos fuzilamentos.

Além de Sukumaran e Chan, outros nove devem ser mortos na nova rodada de fuzilamentos, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos. Em 2005 Gularte foi julgado e condenado à morte por entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína em pranchas de surfe.

No mês passado, o governo indonésio executou seis presos por tráfico de drogas, incluindo o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos. Ele foi fuzilado após dez anos no corredor da morte. Archer havia sido preso por tráfico de 13 quilos de cocaína em 2003 e julgado em 2004.

Os pedidos de clemência feitos por Archer e pelo governo brasileiro foram negados, causando um grande mal-estar diplomático entre os dois países. Segundo o jornal The Jakarta Post, o governo indonésio estaria até mesmo reavaliando a compra de 16 aviões de combate Super Tucano da Embraer e lança-foguetes do Brasil após o desgaste com o país sul-americano.

Na segunda-feira, o porta-voz da diplomacia indonésia, Armanatha Nasir, declarou que o país asiático ainda aguarda um pedido de desculpas de Brasília pelo adiamento da apresentação das credenciais do embaixador indonésio designado para o Brasil, Toto Riyanto. O governo brasileiro chamou de volta seu embaixador na Indonésia para consultas, uma atitude de protesto.

MSB/rtr/lusa/afp