Avanço do "EI" na Síria leva à fuga de 130 mil curdos para a Turquia
22 de setembro de 2014O avanço dos combatentes da organização extremista "Estado Islâmico" já levou cerca de 130 mil moradores do norte da Síria, em sua grande maioria curdos, a deixarem seu país e entrarem em território turco, anunciou nesta segunda-feira (22/09) o governo em Ancara.
O primeiro-ministro Numan Kurtulmus disse que a Turquia está se preparando para "o pior cenário". Os refugiados, segundo ele, começaram a chegar na última quinta-feira. O motivo da fuga em massa foram os recentes combates na cidade curda de Kobani, no norte da Síria.
A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos estima que o número de refugiados já chegue a 150 mil. Ela diz que há 800 curdos desaparecidos e não descarta que eles tenham sido assassinados pelos extremistas, já no controle de 60 localidades no norte do país.
Moradores de Kobani – nome curdo para a cidade de Ayn al-Arab – e seus arredores disseram que combatentes estavam executando pessoas de todas as idades na região. Políticos curdos na Turquia renovaram seus apelos para os jovens do sudeste do país, região majoritariamente curda, para que se dirijam a Kobani e ajudem a expulsar o "Estado Islâmico".
Nesta segunda-feira, o "Estado Islâmico" pediu a seus apoiadores que matem cidadãos da coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos e continuem com as decapitações.
"Se você puder matar um infiel americano, europeu – especialmente os franceses imundos –, um australiano ou um canadense, ou qualquer cidadão de países que entraram na coalizão contra o 'Estado Islâmico', então confie em Alá e o mate", diz o comunicado postado na internet.
EUA e França estão realizando bombardeios aéreos contra alvos extremistas no Iraque e tentam buscar mais apoio à coalizão internacional. Os jihadistas do "EI", que declaram um califado no Iraque e na Síria, controlam partes dos dois países.
O texto divulgado nesta segunda é assinado por Abu Mohammed al-Adnani, porta-voz da organização, e foi divulgado em várias línguas. Ele pede ainda que radicais no Egito aumentem os ataques contra as forças de segurança locais. O governo egípcio diz que não há combatentes do "EI" em seu território, mas luta há meses contra extremistas islâmicos.
"Encham as estradas de explosivos. Ataquem suas bases. Invadam suas casas. Cortem suas cabeças. Não deixem que se sintam seguros", afirma o comunicado.
RPR/dpa/rtr/ap