Cessar-fogo unilateral no Nagorno-Karabakh
3 de abril de 2016O Azerbaijão anunciou neste domingo (03/04) um cessar-fogo unilateral no conflito com separatistas armênios na região montanhosa de Nagorno-Karabakh, um dia depois de combates violentos terem deixado ao menos 30 mortos.
"O Azerbaijão, mostrando boa vontade, decidiu cessar unilateralmente as hostilidades", afirmou o Ministério da Defesa em comunicado citado por agências de notícias. O país declarou que levou em consideração os apelos de organizações internacionais.
A nota afirma ainda que o Azerbaijão "começou a fortalecer as defesas dos territórios liberados", referindo-se a pontos estratégicos da região que foram retomados por suas tropas no sábado.
No entanto, as autoridades advertem que, "se o Exército armênio não cessar as provocações e continuar atacando as áreas povoadas e posições militares, as Forças Armadas do Azerbaijão darão continuidade à sua ofensiva usando todo armamento à disposição."
Combates violentos no Nagorno-Karabakh
No início dos anos 1990, separatistas armênios, apoiados pelo governo em Erevã, conseguiram obter controle sobre a região de Nagorno-Karabakh, numa guerra que custou cerca de 30 mil vidas. Um acordo de paz nunca foi assinado, apesar do cessar-fogo de 1994.
O Nagorno-Karabakh é uma república independente de facto, ainda que não reconhecida internacionalmente, e é apoiada pela Armênia, com a qual mantém laços estreitos. O território, porém, continua sendo oficialmente parte do Azerbaijão.
Por isso, conflitos esparsos entre os dois lados são comuns na fronteira. Os combates deste sábado, considerados os piores desde 1994, marcam um acirramento da violência.
O presidente da Armênia, Serzh Sarkisian, disse que 18 soldados armênios foram mortos e cerca de 35 ficaram feridos. Já o governo do Azerbaijão afirmou que 12 dos seus soldados morreram nos combates e que um helicóptero militar foi abatido.
A Armênia acusou o Azerbaijão de "iniciar um forte ataque ao longo da fronteira do Karabakh, usando tanques, artilharia e helicópteros". Já o governo do Azerbaijão disse que apenas se defendeu depois de militares terem sido atacados com "artilharia de grosso calibre e lançadores de granadas".
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