Capital bancário
9 de dezembro de 2011O teste de resistência financeira feito com os bancos europeus trouxe dúvidas sobre a capacidade de essas instituições lidarem com o agravamento da crise da dívida na Europa.
Segundo o relatório divulgado nesta quinta-feira (08/12) pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), os bancos precisariam de um capital extra de 114,7 bilhões de euros para enfrentarem as condições adversas trazidas pela crise na zona do euro.
O valor sugerido pela EBA é 8% mais alto do que a quantia que a instituição europeia havia previsto em outubro, que foi de 106,4 bilhões de euros. A reserva seria fundamental para aumentar a resistência dos 71 bancos expostos à crise enfrentada pela Europa.
A maior capitalização europeia também seria essencial para recuperar a confiança junto aos investidores. Desde a falência dos bancos de investimentos norte-americanos Bear Steans e Lehman Brothers, em 2008, as instituições financeiras perderam credibilidade e passaram a realizar empréstimos apenas quando têm certeza de que irão recuperar o dinheiro.
Mais dinheiro
Seis bancos alemães receberam o cartão vermelho: Deutsche Bank, Commerzbank, DZ Bank além dos regionais NordLB, Helaba e WestLB. A EBA avalia que essas precisam providenciar 13,1 bilhões de euros extras – 5,3 bilhões faltariam ao Commerzbank e 3,2 bilhões, ao Deutsche Bank, os dois maiores do país. No total, 13 bancos alemães participaram do teste. Aos bancos franceses, faltam 7,3 bilhões de euros.
Já na Grécia, os bancos necessitam de 30 bilhões de euros e, na Espanha, de 26,2 bilhões – sendo que mais da metade desse valor, 15,3 bilhões, faltariam ao Santander, bastante presente na América Latina.
A análise da EBA mostrou que 31 dos 71 bancos testados precisam elevar a quantia em caixa. Essas instituições têm até 20 de janeiro para apresentar planos de como pretendem se capitalizar.
Maior exigência
A prova aplicada pela EBA investigou, por exemplo, quanto dinheiro as instituições financeiras precisariam caso todos os títulos públicos em suas carteiras fossem avaliados segundo o preço atual de mercado.
Como esse preço tem oscilado muito, os bancos devem dispor de uma cota de 9% de capital próprio para diminuir os riscos. Essa exigência da União Europeia foi decidida no encontro de cúpula em outubro, e deve ser cumprida até fim de junho de 2012.
NP/rts/dpa/dpad
Revisão: Roselaine Wandscheer