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Berlim deportará até 75 mil neste ano, diz revista

5 de setembro de 2015

Alemanha quer acelerar processos de requerimento de asilo, principalmente de países como Sérvia, Macedônia e Bósnia-Herzegovina, afirma revista "Der Spiegel". Em 2015, país já realizou 10 mil deportações.

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Pessoas que tiveram pedido de asilo rejeitado na Alemanha desembarcam na AlbâniaFoto: DW/A. Muka

Alemanha deverá rejeitar neste ano até 75 mil requerimentos de asilo, principalmente de cidadãos de países do sudeste da Europa, afirma reportagem publicada neste sábado (05/09) pela revista Der Spiegel.

Segundo a publicação, Berlim pretende acelerar os procedimentos legais de concessão de asilo e de extradição para cidadãos de países que considere seguro, para se concentrar em refugiados vindos de regiões afetadas por guerras, como Síria e Iraque.

O periódico afirma que neste ano a Alemanha já deportou 10 mil, muitos deles de países dos Bálcãs Ocidentais, como Sérvia, Kosovo e Macedônia. A quantidade é quase igual à registrada em todo o ano de 2014.

Segundo a revista, diversos estados alemães estão planejando mais deportações coletivas para os próximos meses. Só o estado de Hessen estaria planejando ainda para este ano 19 voos levando pessoas que tiveram pedido de asilo rejeitado.

A Alemanha espera neste ano um fluxo recorde de até 800 mil refugiados e migrantes, quatro vezes a cota do ano passado. Com leis de asilo relativamente liberais e benefícios sociais generosos, a Alemanha é o maior receptor de pessoas que fogem da guerra no Oriente Médio e de migrantes econômicos do sudeste da Europa.

"Quase todos os pedidos serão rejeitados"

O presidente do Departamento de Imigração e Refugiados da Alemanha, Manfred Schmidt, disse à Der Spiegel que as autoridades vão decidir sobre mais de 75 mil pedidos de asilo apresentados por migrantes dos Balcãs Ocidentais até ao final deste ano, e que quase todos eles serão rejeitados.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, disse neste sábado que a Alemanha pode lidar com o número recorde de refugiados este ano, sem ter que elevar impostos ou pôr em risco a meta do governo de um orçamento equilibrado.

A coalizão que sustenta o governo de Merkel deve chegar neste domingo a um acordo sobre uma série de medidas, incluindo redução de burocracia para facilitar a construção de abrigos para refugiados, aceleração de processos de concessão de asilo e aumento de verbas na área para estados e municípios.

A agenda incluirá também ampliar a lista de países considerados seguros – eliminando, assim, o direito de seus cidadãos pedirem asilo –, para provavelmente incluir Kosovo, Albânia e Montenegro. Entre os países que já são considerados seguros, estão Sérvia, Macedônia e Bósnia-Herzegovina.

MD/rtr/epd