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Bolsonaro cogita aprofundar reforma trabalhista

4 de dezembro de 2018

Presidente eleito elogia mudanças feitas pelo governo Temer e afirma que é horrível ser patrão no Brasil devido à legislação. Declaração é feita durante reunião com bancada do MDB.

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Bolsonaro se reuniu com as bancadas do MDB e PRB
Bolsonaro se reuniu com as bancadas do MDB e PRBFoto: picture-alliance/AP Images/E. Peres

Numa reunião com a bancada do MDB, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) elogiou nesta terça-feira (04/12) a reforma trabalhista aprovada pelo governo Michel Temer em 2017 e defendeu uma maior flexibilização da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) para "desengessar" as relações de trabalho.

"Ninguém mais quer ser patrão no Brasil. É horrível ser patrão no Brasil com essa legislação que está aí. Queremos, através do Parlamento, mudando as leis, fazer com que tenhamos prazer de ver pessoas investindo no Brasil e pessoas dentro do Brasil acreditando no seu potencial", afirmou Bolsonaro.

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O ex-militar não deu detalhes sobre como pretende aprofundar a reformas e quais alterações acha necessárias. Na reunião, que durou aproximadamente 50 minutos, Bolsonaro destacou que seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, precisará do apoio dos parlamentares para aprovar as mudanças para retomar o crescimento econômico e gerar empregos.

"O trabalhador que vai ter que decidir: um pouquinho menos de direito e emprego ou todos os direitos e nenhum emprego. É a palavra de quem emprega no Brasil", afirmou Bolsonaro, que também defendeu o fim do Ministério do Trabalho.

Em vigor desde novembro de 2017, a reforma trabalhista foi um dos principais e mais controversos projetos do governo Temer. No total, ela mexeu em cem pontos da legislação, mudando as regras em questões como jornada de trabalho, férias, e planos de carreira. Críticos afirmaram que as mudanças devem tornar o mercado ainda mais precário e enfraquecer a Justiça trabalhista.

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Cerca de 50 deputados do MDB, entre atuais e eleitos, participaram do encontro com Bolsonaro. A legenda comandará com o deputado Osmar Terra, que também foi ministro no governo Temer, o novo Ministério de Cidadania e Ação Social. Apesar da pasta, o líder da bancada do partido, Baleia Rossi, disse que o MDB não reivindicou cargos, não indicará ninguém no governo e será independente, assumindo responsabilidade com assuntos importantes para o país.

Reforma da Previdência

Depois do encontro, Bolsonaro falou sobre a reforma da Previdência e afirmou a jornalistas que pretende fatiar a proposta. O primeiro tema apresentado para votação seria a definição de uma idade mínima para a aposentadoria.

"É bastante forte a tendência de começar pela idade. É menos difícil. Minha proposta é aumentar dois anos para todo mundo", disse o presidente eleito, destacando que quer manter a diferença de idade de aposentadoria entre homens e mulheres.

Bolsonaro não deu detalhes sobre de qual patamar partiria esse aumento. "Vamos fazer aquilo que couber nos nossos quatro anos de mandato. A ideia é pegar essa parte da proposta que esta aí e botar nos quatro anos de mandato nosso", acrescentou.

A reforma de Temer previa idades mínimas para a aposentadoria de 62 anos para mulheres e 65 para homens, após um período de transição. O presidente eleito disse ainda que a sua reforma será apresentada como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

Além de deputados do MDB, Bolsonaro recebeu nesta terça-feira a bancada do PRB. O presidente eleito negou que as reuniões são em busca de apoios partidários.

CN/abr/ots

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