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Músicos pela África

16 de maio de 2007

Músicos apelam a nações ricas para que ajudem a África e advertem para o perigo da radicalização entre os críticos da globalização.

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Grönemeyer e Bono se engajam pela ÁfricaFoto: AP

A três semanas da cúpula do G8 na Alemanha, os músicos Herbert Grönemeyer, Bob Geldof e Bono exigiram dos países que participam do grupo (Alemanha, França, Itália, Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Japão e Rússia) que cumpram as promessas feitas em relação à África.

Segundo relatório apresentado em Berlim nesta terça-feira (15/05) pela ONG africana Data, a ajuda ao desenvolvimento prestada pelos países do G8 está muito distante das metas traçadas na cúpula de Gleneagles em 2005.

Na ocasião, as oito nações haviam se comprometido a aumentar em 4 bilhões de euros ao ano a ajuda à África entre 2004 e 2006. Na realidade, segundo a organização, este valor atingiu apenas 1,7 bilhão de euros.

Ameaça de radicalização

Italien G8 Gipfel in Genua 2001 Polizei und Demonstranten
Violentos protestos antiglobalização na Itália em 2001Foto: AP

Se os políticos não cumprirem suas promessas em relação á África, a reação poderá ser um aumento da agressividade, advertiu o alemão Grönemeyer. O cantor irlandês Bono, da banda U2, lembrou que houve uma morte nos protestos à cúpula do G8 em Gênova, em 2001.

As pessoas estão irritadas, disse, demonstrando compreensão para os protestos, que segundo ele não são provocados apenas por hooligans. "São pessoas que mendigam pelas suas vidas, por dois comprimidos ao dia, por vacinas para seus filhos, por um futuro", salientou Bono.

Por outro lado, ele observou que o relatório mostra também como a cooperação econômica com as nações pobres está surtindo efeito, ajudando a melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas.

Segundo o músico, programas globais de apoio à saúde propiciam o tratamento diário de 1.450 africanos, enquanto o perdão das dívidas externas e o aumento da ajuda ao desenvolvimento permite a 20 milhões de crianças freqüentar uma escola.

Há quase duas décadas, Bono começou a se engajar pelo combate à pobreza e à aids. Para isso, o irlandês e seu amigo Grönemeyer apóiam a iniciativa "Sua voz contra a pobreza", cujo objetivo é exigir o cumprimento das chamadas metas do milênio. Uma delas é a redução à metade da pobreza e da fome no mundo, até 2015.

Shows de solidariedade

Grönemeyer convidou ainda para eventos (concertos, shows, serviços religiosos, encenações de teatro e festas) em 17 cidades alemãs nas próximas semanas. Sua iniciativa pretende reunir 1 milhão de assinaturas num abaixo-assinado de apoio às nações em desenvolvimento. O documento será entregue aos chefes de Estado e de governo na cúpula do G8, que começa em 6 de junho.

O ponto alto da iniciativa será um festival de música no encerramento da "cúpula alternativa" em 7 de junho, em Rostock, no norte alemão. O evento contará com a presença de diversas estrelas da cena rock-pop alemã e oito do "Poor 8" (P8), representando os países mais pobres. (rw)