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Brasil fecha 2016 com inflação dentro da meta

11 de janeiro de 2017

Economia brasileira encerra ano com variação nos preços de 6,29%, abaixo da expectativa de economistas e do teto estabelecido pelo governo. Dezembro tem menor resultado para o mês desde 2008.

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Supermarkt Brasilien
Segundo o IBGE, a queda entre 2015 e 2016 foi determinada pela retração dos preços dos alimentosFoto: MAURICIO LIMA/AFP/Getty Images

A economia brasileira fechou 2016 com inflação de 6,29%, abaixo da meta de 6,5% estabelecida pelo governo, informou nesta quarta-feira (11/01) o IBGE. É a primeira vez desde 2014 que o índice não supera o teto. Motivo para a desaceleração é a redução do consumo de bens e serviços, em decorrência da recessão.

A inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou 4,38 pontos abaixo da variação acumulada em 2015, que foi de 10,67%. Também ficou abaixo dos 6,41% de 2014. Dezembro fechou com variação de 0,3%, a mais baixa para o mês desde o 0,28% registrado em 2008.

Os resultados ficaram abaixo das expectativas de economistas. A agência Bloomberg calculava a variação do IPCA em dezembro em 0,34% e, para todo 2016, em 6,34%. A agência Reuters, por sua vez, esperava alta de 0,33% sobre novembro, fechando 2016 com avanço também de 6,34%.

Os dados, segundo economistas, possibilitam ao Banco Central ter mais espaço para o afrouxamento monetário, em meio a expectativas de menor pressão sobre os preços em 2017.

Setores

Segundo o IBGE, a queda entre 2015 e 2016 foi determinada pela retração dos preços dos alimentos. Mesmo fechando abaixo do teto da meta, o resultado de dezembro ficou acima do de novembro de 2016, quando a variação foi de 0,18% contra 0,26% de outubro.

Neste caso, também influenciado pela alta dos preços do grupo alimentação e bebidas (passou de uma deflação de 0,20% em novembro para uma alta de 0,08% em dezembro; e também de Despesas Pessoais (de 0,47% para 1,01%) e de Transportes (de 0,28% para 1,11%).

De acordo com o IBGE, os alimentos passaram de uma inflação negativa em novembro para uma alta de 0,08% em dezembro em decorrência da alimentação consumida em casa (subiu de -0,47% em novembro para -0,05% em dezembro).

Os principais impactos individuais para a alta de 0,33%  no IPCA de novembro vieram de passagens aéreas, que, com a alta de 26,29%, contribuíram com 0,1 ponto percentual para a inflação de dezembro; da gasolina (alta de 1,75% e contribuição de 0,07 ponto percentual); e do cigarro (4,8% de alta e contribuição de 0,05 ponto percentual).

Juntos, esses três itens responderam por 0,22 ponto percentual, o equivalente a 73% do IPCA de 0,3% registrado em dezembro do ano passado.

Na contramão da alta de dezembro, puxando os preços para baixo, aparece a energia elétrica, cujos preços fecharam com deflação (inflação negativa) de 3,7%, contribuindo negativamente com menos 0,13 ponto percentual no IPCA de dezembro.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980. Ele se refere a famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.

RPR/abr/ots