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Brasileiro Rodrigo Gularte é executado na Indonésia

28 de abril de 2015

Autoridades indonésias fuzilam oito condenados à morte por tráfico de drogas no país, apesar dos apelos internacionais. Filipina que aguardava no corredor da morte foi poupada por ainda haver questionamentos jurídicos.

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Foto: STR/AFP/Getty Images

As autoridades da Indonésia executaram oito condenados à morte no país por tráfico de drogas, entre eles o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, nos primeiros minutos desta quarta-feira (29/04), horário local. Eles foram fuzilados na prisão de segurança máxima da ilha de Nusakambangan, horas após receberem visitas de parentes.

Estava prevista a execução de nove condenados. No entanto, a filipina Mary Jane Veloso, de 30 anos, não entrou na fila de execuções desta vez, porque a Justiça indonésia ainda avalia se ela foi vítima de tráfico humano, segundo a imprensa local. A defesa de Veloso argumenta que ela foi usada como "mula" para transportar heroína sem saber. O caso da filipina gerou comoção em seu país.

Indonesien Todesstrafe Drogenschmuggeler
A condenação à morte da filipina Mary Jane na Indonésia causou comoção em seu país de origemFoto: picture alliance/abaca

Além do brasileiro, foram executados quatro nigerianos, dois australianos e um indonésio. Além da filipina, um décimo condenado, francês, havia conseguido suspender a execução na Justiça.

A Indonésia não havia confirmado a data das execuções, mas nesta terça-feira a imprensa australiana publicou fotografias das cruzes que serão usadas nos caixões, com a inscrição "29.04.2015".

Até o último momento, a família de Gularte e as autoridades brasileiras tentaram dissuadir as autoridades da Indonésia sobre a execução, alegando que ele sofre de esquizofrenia. Gularte foi detido em 31 de julho de 2004, ao desembarcar no aeroporto de Jacarta com seis quilos de cocaína, escondidos em pranchas de surfe. A condenação ocorreu no ano seguinte.

No último domingo, o Itamaraty entregou ao encarregado de Negócios da Embaixada da Indonésia, em Brasília, uma nota diplomática condenando a medida e pedindo que a execução fosse suspensa.

Na nota diplomática, documento que serve para expressar a contrariedade do governo, o Itamaraty pediu que as autoridades indonésias levassem em consideração a questão humanitária, a situação de saúde de Gularte, os direitos humanos e o respeito à vida.

No documento, o governo brasileiro reiterou a tese de ineficácia da pena de morte no combate ao tráfico de drogas.

MSB/rtr/afp/dpa/ap/abr