Chacina de Erfurt faz a Alemanha refletir
29 de abril de 2002Às 11h05 (hora local) da manhã desta segunda-feira (29) numerosas escolas, repartições públicas e empresas da Alemanha fizeram um minuto de silêncio pelas 16 vítimas do ex-estudante Robert Steinhäuser. A homenagem foi promovida pelo Sindicato da Educação e Ciência (GEW) e pela Confederação Sindical Alemã (DGB), lembrando a hora em que, no dia 26, a polícia recebeu o pedido de socorro do zelador do ginásio Gutenberg.
Em documento conjunto, as duas instituições incitam todos a que se ocupem tanto com a propensão à violência na sociedade como com os problemas de crianças e jovens de forma consistente, e não apenas por força de uma erupção de brutalidade e irracionalidade como esta.
Centenas de colegiais reuniram-se para uma prece e um minuto de silêncio na catedral de Erfurt. Além disso, diversas classes escolares de todo o estado da Turíngia vieram à escola que foi palco da tragédia, para homenagear as vítimas e ofertar-lhe flores.
O ato de insanidade praticado em de Erfurt está sendo pretexto para a Alemanha repensar a problemática da juventude e da educação. Aqui, algumas da primeiras iniciativas:
Porte de armas -
Por uma ironia trágica, na própria sexta-feira, o Parlamento aprovara uma legislação mais rigorosa quanto ao porte e propriedade de armas. Entre outros pontos, o porte de armas de gás e de efeito psicológico também passará a ser regulamentado.Agora está-se também ponderando elevar para 21 anos o limite de idade para a aquisição de determinados tipos de armas, além de instituir uma verificação dos motivos para a compra das de grande calibre e um "exame de personalidade" para atiradores jovens.
Vídeos brutais e jogos de computador –
O jovem psicopata de Erfurt era um fã de computergames violentos. Assim, estão sendo consideradas restrições ao empréstimo de filmes de violência nas videotecas, assim como à inundação da mídia pela brutalidade. Considera-se até mesmo proibir radicalmente vídeos, jogos e músicas de conteúdo violento. A Associação Alemã de Proteção à Infância pleiteia ainda uma maior oferta de lazer infantil.Segurança nas escolas –
A maioria dos políticos continua sendo contra o controle de armas na entrada das escolas, como o adotado nos Estados Unidos. Segundo a Associação Alemã de Professores, uma vigilância mais rigorosa não impedirá novos atos de violência. Como alternativa, o ministro do Interior, Otto Schily, deseja uma orientação psicológica mais intensa nas escolas.Sistema de valores –
Outros políticos lembram a necessidade de comunicar bons valores sociais e morais aos jovens. Isto significa também que os adultos devem assumir um posicionamento claro frente a questões político-sociais e discutir amiúde sobre os atos de coragem civil.