Contra Kadafi
18 de fevereiro de 2011Na Líbia, confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram ao menos 24 mortos entre quarta e sexta-feira (18/02), afirma a organização de direitos humanos Human Rights Watch. Há também dezenas de feridos.
As mortes foram registradas durante os protestos de milhares de cidadãos contra o regime do ditador Muammar Kadafi. As manifestações começaram na quarta-feira. Segundo a organização, soldados atiraram contra a multidão para tentar conter os manifestantes. Os confrontos mais severos aconteceram nas cidades de Al Bayda, leste do país, e Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia.
Inspirados nos movimentos egípcio e tunisiano, os líbios voltaram às ruas nesta quinta-feira para pedir a saída de Kadafi, no governo há 42 anos. A convocação de um "dia de fúria" ocorreu principalmente pela rede social Facebook. O forte controle dos meios de comunicação pelo governo líbio dificulta a divulgação de informações sobre os fatos.
"As autoridades deveriam parar de usar a força letal, a não ser que seja absolutamente necessário para proteger vidas, e iniciar uma investigação independente sobre o tiroteio", pediu em Nova York a Human Rights Watch.
Também apoiadores de Kadafi fizeram uma manifestação na capital Trípoli nesta quinta-feira.
Exigências
Os opositores de Kadafi pedem liberdade política, respeito aos direitos humanos e fim da corrupção. O líder, por sua vez, alega que a Líbia desfruta de um Estado democrático.
Fontes do governo informaram nesta sexta-feira que a situação estava sob controle, e que forças de segurança estariam por toda a cidade de Benghazi, um dos palcos de protesto. No entanto, o funeral das vítimas, que deve acontecer em Benghazi e Al Bayda, pode voltar acirrar o ânimo dos manifestantes.
Na imprensa
Nesta sexta-feira, o jornal líbio Al-Watan noticiou que Gaddafi deve enviar um de seus filhos a Benghazi para iniciar um plano de ação de melhoria da infraestrutura local. Al-Saadi al-Kadafi, 37 anos, é empresário e ex-jogador de futebol.
"Nenhuma das autoridades atuais deverá interferir", disse o filho do líder ao jornal sobre seu plano. Segundo a agência de notícias DPA, a imprensa estatal líbia noticiou apenas as manifestações pró-Kadafi.
NP/dpa/rts/afp
Revisão: Alexandre Schossler