Colômbia concede refúgio a opositor venezuelano
12 de outubro de 2018Três dias após a morte de um político da oposição na Venezuela, o governo da Colômbia concedeu ao deputado venezuelano Julio Borges refúgio no país, anunciaram fontes oficiais nesta quinta-feira (11/10).
"A Comissão Nacional para a Determinação da Condição de Refugiado avaliou o pedido apresentado pelo cidadão venezuelano Julio Borges e considerou que os receios de perseguição alegados pelo solicitante são fundados", disso o Ministério do Exterior em nota.
A decisão foi tomada depois de o presidente colombiano, Iván Duque, rejeitar o pedido de extradição de Borges apresentado pelo governo venezuelano. Caracas acusa o opositor de ser o autor intelectual de um suposto atentando contra o presidente Nicolás Maduro.
Em 4 de agosto, duas explosões, que as autoridades de Caracas dizem ter sido provocadas por dois drones, obrigaram Maduro a abandonar rapidamente uma cerimônia de celebração do 81º aniversário da Guarda Nacional Bolivariana. Sete militares ficaram feridos.
A cerimônia, realizada na Avenida Bolívar de Caracas, era transmitida ao vivo pelas rádios e emissoras de televisão venezuelanas e, no momento em que Maduro discursava, ouviu-se uma das explosões.
Críticos do regime questionam a versão do governo e apontam que o regime já usou outros incidentes para reprimir opositores e manter seu controle do país, que passa por uma grave crise econômica e política.
Dias após o ataque, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ordenou a captura de Borges e do deputado Juan Requesens. Os dois foram acusados de tentativa de homicídio doloso contra Maduro.
Borges está exilado na Colômbia desde fevereiro, quando as negociações entre Caracas e a oposição na República Dominicana, que visavam uma solução para a crise no país, fracassaram.
Nesta segunda-feira, um vereador da oposição ligado a Borges morreu na sede do serviço secreto da Venezuela, em Caracas, após ser detido acusado de ter participado do suposto atentado. O governo alegou que Fernando Albán se suicidou, mas a versão é contestada por familiares da vítima e críticos do regime.
CN/efe/dpa
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