Projeções da UE
5 de maio de 2010Embora a Comissão Europeia tenha conseguido corrigir para cima seus prognósticos de crescimento da economia do bloco, o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, advertiu nesta quarta-feira (05/05) para a importância do controle da crise na Grécia, para que esta não ameace a estabilidade financeira e econômica de toda a União Europeia (UE).
Não só o ceticismo dos mercados financeiros preocupa o comissário, também os dados divulgados pela Comissão Europeia nesta quarta-feira, sobre as perspectivas para a economia. O déficit dos países-membros da UE deverá triplicar em relação a 2008, atingindo o recorde de 7,25%.
A Grécia é um "caso singular", pois falsificou suas estatísticas durante anos, assinalou Rehn. Ninguém pode ignorar as tensões nos mercados financeiros, mas ao mesmo tempo todos os países da zona do euro estariam, segundo ele, tomando medidas para o controle de suas dívidas.
Portugal, Irlanda & cia. com menor endividamento
Sua previsão é de que, assim que expirarem as medidas conjunturais, o novo endividamento nos países da UE irá baixar no próximo ano de 7,25% para 6,5%. Os especialistas avaliam que o aumento da dívida pública em vários países deverá atingir bem mais a economia do que adiantam os prognósticos. A perspectiva de crescimento da economia para 2010, já corrigida de 0,7% para 1%, ainda poderá mudar.
Caso se concretizem as projeções da Comissão Europeia, deverão diminuir os novos endividamentos dos países em pior situação: na Grécia, de 13,6% para 9,3%; Irlanda, de 14,3% para 11,7%; em Portugal, de 9,4% para 8,5%, e na Espanha, de 11,2% para 9,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo os cálculos da UE, a economia na zona do euro vai crescer 0,9% ,até o final de 2010, e 1,5% no próximo ano. O déficit médio dos 16 países de moeda comum deverá ser de 6,6%, ou seja, mais do que o dobro dos 3% previstos no Tratado de Maastricht. Na Alemanha, deverá ser de 4,7%.
O endividamento total dos países deverá crescer de 78,7% de seu PIB no ano passado para 88,5% em 2011, superando, assim, a média de toda a União Europeia (83,8%). Permitidos são apenas 60%, por isso a Alemanha e a França reivindicam uma reforma do Pacto de Estabilidade.
RW/dw/dpa
Revisão: Augusto Valente