Coreia do Norte aceita suspensão de atividades nucleares
29 de fevereiro de 2012A notícia foi comunicada nesta quarta-feira (29/02) – simultaneamente por Victoria Nuland, porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, e pela agência oficial norte-coreana de notícias – após o fim das negociações entre os EUA e a Coreia do Norte, realizadas em Pequim.
Toneladas de alimentos
Em contrapartida, a Coreia do Norte irá receber ajuda dos EUA em forma de alimentos. Nuland comunicou que há um envio previsto de 240 mil toneladas de alimentos. Detalhes a respeito deste auxílio serão debatidos em breve durante encontro com representantes dos dois países.
Além disso, o governo norte-coreano aceitou o retorno ao país dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Eles deverão fiscalizar a suspensão do enriquecimento de urânio e confirmar o desligamento das usinas nucleares.
"Passo importante"
Segundo a porta-voz norte-americana, os EUA ainda têm "preocupações profundas" com o comportamento do governo norte-coreano em diversos setores, embora este tenha sido um "passo importante, mesmo que limitado" rumo ao desarmamento nuclear do país.
Nuland reafirmou que Washington não tem "intenções hostis" em relação à Coreia do Norte e que os EUA estão preparados para dar os passos necessários em prol de uma aproximação bilateral e do intercâmbio entre os cidadãos dos dois países.
Mudança de curso
Washington e Pyongyang iniciaram na última semana, pela primeira vez após a morte do líder coreano Kim Jong Il, negociações a respeito do programa nuclear norte-coreano. Kim Jong Il foi sucedido no cargo por seu filho Kim Jong Un. A retomada das negociações marca uma mudança significativa na política norte-coreana após a morte de King Jong Il.
A Coreia do Norte havia suspendido oficialmente as "conversas a seis" – realizadas com os EUA, Coreia do Sul, Rússia, Japão e China – em abril de 2009. Um mês depois, o país realizou um teste nuclear, o segundo depois de 2006. Um acordo, nunca implementado, previa o abandono dos programas nucleares no país em troca de incentivos econômicos e diplomáticos das outras partes.
SV/dpa/afp/rtr
Revisão: Carlos Albuquerque