Coreia do Norte pode estar por trás de ciberataque
16 de maio de 2017Funcionários dos serviços de informações dos Estados Unidos e especialistas do setor privado suspeitam que hackers da Coreia do Norte estejam por trás do ciberataque que afetou cerca de 300 mil computadores em todo o mundo nos últimos dias, noticiou o jornal The New York Times.
O diário americano informou que alguns dos códigos utilizados no ataque com o vírus WannaCry coincidem com os utilizados em ataques informáticos norte-coreanos anteriores, como o de 2014 à empresa Son. No entanto, isso não é uma prova definitiva do envolvimento de Pyongyang, já que qualquer hacker pode ter copiado o código, observou a publicação.
A empresa californiana de segurança de computadores Symantec identificou, numa versão do WannaCry, o código dos ataques ao banco central de Bangladesh em 2016, a bancos poloneses no início do ano ou à Sony Pictures Entertainment em retaliação ao filme The Interview, uma sátira do líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O ataque à Sony, em novembro de 2014, foi o maior já executado contra uma empresa americana e ocorreu na época do lançamento do filme.
De acordo com o New York Times, funcionários dos serviços de informações americanos têm os mesmos indícios que a Symantec, e investigadores, tanto da empresa americana Google como da russa Kaspersky, confirmaram as semelhanças do código. No entanto, todos indicaram que a similaridade não é uma prova definitiva.
O diretor da empresa de segurança de redes sul-coreana Hauri, Simon Choi, disse à agência de notícias AFP ter identificado, no ano passado, sinais de que a Coreia do Norte estaria preparando ataques do tipo ransomware ou mesmo já teria começado a executá-los. Segundo ele, o alvo seriam empresas sul-coreanas.
A pequena Coreia do Norte é conhecida por manter um exército de milhares de hackers que operam tanto dentro do país como, aparentemente, na China e já foi várias vezes acusada de executar ataques cibernéticos. Segundo Choi, novos ataques deverão ocorrer, pois, "ao contrário de testes com mísseis ou nucleares, eles sempre podem negar envolvimento".
AS/efe/lusa/afp