Crise europeia gera maior imigração para Alemanha em quase 20 anos
7 de maio de 2013A Alemanha recebeu 1,08 milhão de imigrantes ao longo de 2012, um aumento de 13% em relação ao ano anterior, e a maior cifra registrada desde 1995. Esse crescimento do fluxo se deveu, sobretudo, à crise nos países do sul europeu, como Espanha e Grécia.
O número de espanhóis que se mudaram para a Alemanha, por exemplo, subiu 45% na comparação com 2011, chegando a quase 30 mil. No mesmo nível cresceu a emigração rumo à Alemanha a partir da Itália (40%), Grécia (43%) e Portugal (43%).
"O crescimento da imigração proveniente dos países da União Europeia atingidos pela crise financeira é particularmente forte", diz o Departamento Federal de Estatísticas alemão, em relatório apresentado nesta terça-feira (07/05).
Nova qualidade de imigração
O membro da UE que mais envia imigrantes para a Alemanha, no entanto, continua sendo a Polônia: 68,1 mil em 2012. Países europeus não membros da UE respondem por 127 mil do total de novos imigrantes (alta de 14%), e do resto do mundo, por 195 mil (7,6% a mais).
"Não se trata apenas dos números. A nova qualidade da imigração é um caso positivo", disse a ministra alemã do Trabalho, Ursula von der Leyen, ao jornal Die Welt. "Isso ajuda nosso país, faz dele mais jovem, criativo e internacional."
A Alemanha é um raro pilar de estabilidade econômica numa Europa que, em grande parte, tenta se livrar da crise. Enquanto na Espanha uma em cada quatro pessoas não tenha trabalho, o país tem um índice de desemprego de 6,9%. Por outro lado, também apresenta uma das taxas de natalidade mais baixas da Europa, o que, a curto ou médio prazo, poderá pesar nos sistemas de saúde e previdenciário.
A balança migratória – a diferença entre os estrangeiros que chegaram e as pessoas que emigraram da Alemanha – chegou a 369 mil em 2012, também a maior cifra desde 1995.
RPR/dw/afp/ap/dpa