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Cuba anuncia restrições de viagens para médicos

1 de dezembro de 2015

Medida visa conter migração em massa de profissionais de saúde. Medo de mudanças em legislação dos EUA que facilita permanência de cubanos no país teria provocado atual crise migratória.

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Cerca de 4 mil cubanos que tentam chegar aos EUA foram barrados na fronteira da Costa Rica com a NicaráguaFoto: picture-alliance/dpa/A. Sanchez

O governo de Cuba anunciou nesta terça-feira (01/12) que irá impor restrições de viagens para médicos, a fim de conter a recente emigração maciça desses profissionais. A medida prevê a volta, após quase três anos de suspensão para os médicos, do requerimento de permissão para viagens, a partir do dia 7 de dezembro.

As restrições serão válidas para viagens particulares de médicos em geral. "Isso não significa que médicos não podem viajar ou residir no exterior, mas serão analisadas as datas de saída do país, levando em conta a relevância de cada profissional para garantir a qualidade, continuidade e estabilidade do funcionamento dos serviços de saúde", afirmou o governo em nota.

A migração em massa de cidadãos da ilha caribenha que desejam viajar para os Estados Unidos provocou uma crise na América Central nas últimas semanas. Cerca de 4 mil cubanos foram barrados na fronteira da Costa Rica com a Nicarágua. A grande maioria deles veio do Equador, o único país latino-americano que não exigia visto para cubanos, depois de cruzar a Colômbia e o Panamá.

A nota do governo cubano aponta a atual política migratória dos Estados Unidos como a principal causa da atual crise na região. Atualmente, o país facilita a residência de cubanos, mesmo se eles entrarem ilegalmente em território americano.

"A migração de profissionais cubanos no setor da saúde constitui uma preocupação para o país", declarou Havana, criticando especialmente um programa americano de acolhimento para médicos desertores, aprovado em 2006.

Segundo o governo cubano, milhares de médicos cubanos desertaram de missões internacionais em vários países da América Latina para tentar chegar aos Estados Unidos. A onda migratória pode ter sido provocada por rumores de que Washington pode suspender as políticas de acolhimentos para cidadãos de Cuba devido à reaproximação diplomática entre os dois países.

Diante da crise, o governo equatoriano anunciou no final de novembro que iria solicitar a partir desta terça-feira visto de entrada para cidadãos de Cuba.

Durante décadas, Havana impôs restrições para pessoas que desejavam viajar para o exterior. Em janeiro de 2013, o governo de Raúl Castro eliminou o requerimento de permissão de viagem. A medida fazia parte de um pacote de reformas que visava dar mais liberdade à população.

CN/efe/dpa