Combate à crise
5 de janeiro de 2010O presidente da União Europeia (UE), Herman van Rompuy, convocou para o próximo dia 11 de fevereiro em Bruxelas uma cúpula extraordinária para que os chefes de Estado e de governo discutam uma nova estratégia econômica para o bloco de 27 países.
"Precisamos de um maior crescimento econômico para financiar o modelo social", disse o novo presidente permanente do Conselho da UE nesta segunda-feira (04/01), seu primeiro dia de trabalho oficial.
O político belga é responsável pela preparação e direção dos encontros das lideranças nacionais da União Europeia. Em sua cúpula em dezembro, os chefes de Estado e de governo já haviam acertado uma reunião extraordinária para o começo de fevereiro, onde falariam da crise econômica.
Sucessora da "estratégia de Lisboa"
A UE superou a recessão, embora só vá apresentar um crescimento real em 2011. Para 2010, o bloco espera crescimento de 0,7%. Na cúpula ordinária marcada para março, a UE quer decidir se continua com a atual – e não especialmente exitosa – "estratégia Lisboa" para aumentar sua competitividade.
Segundo os líderes do grupo de nações, o novo modelo deverá se chamar UE 2020. A cúpula extraordinária de fevereiro deverá ser um primeiro passo neste sentido, afirmaram diplomatas europeus.
Até agora, cúpulas especiais sobre temas econômicos aconteceram apenas para preparar encontros do G20. Em meio à crise econômica, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, solicitou várias vezes reuniões regulares em nível de eurogrupo, no que se deparou com a resistência da Alemanha e de outros países.
Normalmente, acontecem quatro cúpulas da União Europeia em Bruxelas ao ano, com a presença dos chefes de Estado e de governo dos 27 países do bloco. Em regra, a primeira cúpula se ocupa de temas econômicos.
Maior competitividade frente ao Brasil
O primeiro encontro ordinário deste ano será em março. A superação da crise econômica é considerada prioridade da presidência semestral espanhola. Para isso, o presidente José Luis Rodríguez Zapatero convocou um Conselho de Sábios, integrado, entre outros, pelo ex-presidente da Comissão Europeia Jacques Delors; o ex-chefe de governo da Espanha Felipe González; e o ex-ministro espanhol da Economia Pedro Solbes.
Eles pretendem se encontrar regularmente e prestar assistência a Zapatero nas áreas da indústria, inovação, energia, agricultura e política fiscal.
Num encontro nesta terça-feira com o presidente Zapatero, o conselho defendeu o fortalecimento de uma "governança econômica europeia", sob a qual se busque o fortalecimento do mercado interno.
O grupo de peritos salientou ainda a necessidade de uma política energética comum e de políticas de desenvolvimento, e inovação. A intenção é melhorar a competitividade europeia frente aos Estados Unidos, e também frente a países emergentes, como o Brasil, a China e a Índia.
RW/dpa/rtd
Revisão: Augusto Valente