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Dia da Independência marcado por protestos e tumultos em todo o Brasil

7 de setembro de 2013

Em Brasília, presidente Dilma Rousseff participa de desfile militar na Esplanada dos Ministérios, palco de protestos pelo fim da corrupção. No Rio, confrontos têm presos e feridos.

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Foto: REUTERS

As comemorações do 7 de Setembro neste sábado (07/09) foram marcadas por protestos em várias partes do país. Pela manhã, a presidente Dilma Rousseff participou do tradicional desfile militar em Brasília, que neste ano contou com uma menor participação popular e teve duração mais curta.

A presidente chegou a desfilar de carro aberto na área cercada pelos militares. Já do lado de fora, o público foi revistado – muitas pessoas foram barradas por estarem mascaradas ou carregarem bandeiras e cartazes. Algumas só conseguiram entrar após retirarem mastros das bandeiras.

Após o fim do desfile, cerca de mil manifestantes, segundo balanço da Polícia Militar, participaram de passeata na Esplanada dos Ministérios para pedir o fim da corrupção e o fim do voto secreto no Congresso Nacional. Houve tumulto, e policiais chegaram a usar spray de pimenta.

Depois, os ativistas marcharam em direção ao Estádio Nacional Mané Garrincha, palco de um amistoso da seleção brasileira na noite de sábado. Houve mais confrontos e tumultos no entorno da arena, nos quais as forças de segurança empregaram bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.

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No Rio de Janeiro, confrontos entre manifestantes e policiais teve presos e feridosFoto: REUTERS

Confrontos no Rio

No Rio de Janeiro, houve confrontos entre policiais e manifestantes, que invadiram a reservada área ao desfile militar na Avenida Presidente Vargas e foram reprimidos pela polícia. Houve confrontos ainda em várias partes do centro do Rio. Cerca de 100 pessoas chegaram a tentar invadir o quartel desativado do 13º Batalhão da Polícia Militar, na Praça Tiradentes. Eles atiraram uma bomba caseira na entrada do quartel e policiais militares responderam com bombas de efeito moral para dispersar o grupo.

Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o governador Sérgio Cabral e cobraram solução para o caso Amarildo. Pelo menos 20 pessoas foram presas e mais de 15 ficaram feridas durante os tumultos.

Em Maceió, a invasão do desfile por participantes de um protesto fez com que o evento fosse cancelado 40 minutos antes do previsto, mas não houve confrontos.

Em São Paulo, protesto do "Grito dos Excluídos" levou algumas ruas da cidade a serem fechadas, mas não houve registro de confrontos.

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Manifestações em Brasília: policiais usaram spray de pimentaFoto: REUTERS

Direito de protestar

O Dia da Independência é tradicionalmente marcado por manifestações, nas principais cidades, de grupos que pedem melhores condições para as minorias e criticam a corrupção. Este ano, porém, a onda dos protestos vivida no país em junho motivou o agendamento de atos em mais de 140 municípios.

Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV na sexta-feira, Dilma Rousseff disse que o governo precisa ter "humildade" para admitir os problemas do país e que a população tem o direito de se indignar.

"Eu sei, tanto quanto vocês, que ainda há muito a ser feito. O governo deve ter humildade e autocrítica para admitir que existe um Brasil com problemas urgentes a vencer", afirmou a presidente. "A população tem todo o direito de se indignar com o que existe de errado e cobrar mudanças, mas existe um Brasil de grandes resultados que não se pode deixar de reconhecer."

Ela citou ainda que o crescimento brasileiro no segundo trimestre deste ano foi superior ao de países como México e Coreia do Sul. Segundo divulgado pelo IBGE em agosto, a economia brasileira cresceu 1,5% no segundo trimestre do ano, em comparação com o primeiro, e 3,3% em relação ao mesmo período de 2012.

Dilma ainda abordou o polêmico tema de contratação de profissionais estrangeiros da área médica, em sua maioria cubanos, para o programa Mais Médicos. Ela esclareceu que os estrangeiros estão ocupando apenas as vagas que não interessam e que não foram preenchidas por brasileiros. "Não é uma decisão contra os médicos nacionais. É uma decisão a favor da saúde", ressaltou.

MSB/lusa/efe/abr