Durão Barroso defende futura comissão da UE
21 de outubro de 2004O futuro presidente da Comissão Executiva da União Européia, José Manuel Durão Barroso, empenha-se para que seja aprovada sua equipe de comissários. Após conversa com os líderes de bancada do Parlamento Europeu nesta quinta-feira (21/10), ele se recusou a redistribuir os cargos dentro da equipe de 25 comissários e destinar um outro papel para Rocco Buttiglione.
O candidato italiano para o posto de comissário da Liberdade, Segurança e Justiça, considerado extremamente conservador, escandalizou parte do parlamento durante a sabatina a que foi submetido recentemente. Ele teria dito que "o homossexualismo é um pecado" e que "a família existe para permitir à mulher ter filhos e ser protegida pelo marido". Mais tarde, declarou não ter pretendido ofender ninguém e ser contra todo tipo de discriminação.
Ou tudo ou nada
Como o Parlamento Europeu só tem a opção de aprovar globalmente a nova comissão – e não candidatos isolados –, socialistas, liberais e verdes ameaçaram vetá-la em 27 de outubro, caso Durão Barroso insista em manter Buttiglione e alguns outros candidatos. Por outro lado, rejeitaram a sugestão de Barroso de excluir o italiano de certas áreas de atuação, prometendo que a proteção das minorias seria seu assunto pessoal e de toda a equipe de comissários.
Apesar da ausência de um consenso com os parlamentares, Durão Barroso declarou-se confiante de que sua equipe será aprovada. Ele considera "pouco razoável" rejeitar toda uma comissão devido à crítica contra três ou quatro de seus membros.
Segundo o presidente do Parlamento Europeu, Felip Borrel, apenas os democrata-cristãos e um outro pequeno grupo de deputados se pronunciaram incondicionalmente a favor da equipe designada por Barroso. Entretanto, os social-democratas, verdes e outras bancadas poderão se unir e superá-los numericamente.
Apoio da Alemanha
O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, mostrou-se menos interessado na polêmica em torno do conservador Buttiglione do que na unidade da União Européia. "Espero que o presidente e sua comissão recebam um voto positivo do Parlamento Europeu. Precisamos de uma comissão forte, como a que o senhor Barroso provou ser capaz de reunir. É nisso que a Alemanha está interessada e, por esta razão, garanti ao presidente o apoio incondicional do governo de Berlim."