EI mostra supostos terroristas de Paris em vídeo
25 de janeiro de 2016A organização extremista "Estado Islâmico" (EI) divulgou no domingo (24/01) um vídeo supostamente com imagens dos nove terroristas envolvidos nos ataques em Paris, no dia 13 de novembro. A gravação mostra depoimentos dos nove homens e a execução de vários reféns.
Os homens, identificados no vídeo como quatro belgas, três franceses e dois iraquianos, aparecem vestindo roupas de camuflagem numa paisagem desértica. As imagens teriam aparentemente sido filmadas antes do dia 13 de novembro.
Falando em francês e árabe, os jihadistas dizem que sua mensagem se dirigia a todos os países que participam da coalizão liderada pelos Estados Unidos, que combate o EI na Síria e no Iraque.
O narrador do vídeo afirma que "essas são as últimas mensagens dos nove leões do califado, que deixaram seus covis para fazer com que um país inteiro, a França, fique de joelhos".
Uma fotografia do primeiro-ministro britânico, David Cameron, aparece acompanhada de frases em língua inglesa. "Qualquer um que se unir às fileiras dos infiéis se tornará alvo de nossas espadas", afirmam.
O vídeo mostra ainda imagens dos ataques em Paris e das operações das forças de segurança da França após o massacre. Alguns dos nove homens supostamente responsáveis pelos atentados aparecem decapitando reféns.
No dia 13 de novembro de 2015, 130 pessoas morreram em ataques a cafés, uma casa de shows e a área próxima ao estádio de futebol onde ocorria uma partida entre França e Alemanha.
As autoridades identificaram sete dos nove terroristas. Dois deles não puderam ser identificados, uma vez que portavam passaportes sírios, provavelmente falsificados.
A polícia ainda busca ao menos quarto cúmplices dos terroristas, incluindo Salah Abdelslam, que fugiu para a Bélgica no dia seguinte aos ataques.
Em resposta ao vídeo divulgado pelo EI, o presidente François Hollande disse nesta segunda-feira que seu país não vai permitir que ameaças venham a enfraquecer a luta contra o terrorismo. Ele reforçou o pedido ao Parlamento francês pela extensão do estado de emergência no país, instaurado após os atentados de 13 de novembro.
As medidas emergenciais permitem o restabelecimento dos controles de fronteira, a realização de buscas sem mandados judiciais e a prisão domiciliar de suspeitos, sem a necessidade de uma ordem judicial.
RC/afp/rtr/ap