Empresas de fachada e prostituição no caso Volks
5 de julho de 2005Altos funcionários da montadora alemã criaram uma rede de seis empresas de fachada que negociavam com a Volks, afirma em sua edição desta terça-feira (05/07) o jornal Süddeutsche Zeitung, de Munique. A holding dessa rede é uma empresa suíça de nome Impesa. A Promotoria Pública de Braunschweig investiga quanto dinheiro teria sido transferido para contas bancárias em nome dessas empresas.
Segundo o diário, o ex-diretor de Recursos Humanos da Skoda, Helmuth Schuster, e outros altos funcionários da montadora de Wolfsburg começaram a fundar empresas de fachada em 2001. Outro envolvido no escândalo é o ex-chefe do conselho de fábrica da Volks, Klaus Volkert. A Skoda é uma montadora tcheca que pertence ao grupo Volkswagen.
Investigação em empresas em vários países
Em maio de 2001 foi fundada em Praga a empresa F-Bel, na qual Schuster e Volkert teriam participação, informa o diário, citando fontes da Promotoria. A F-Bel seria uma fornecedora da Skoda. Também são investigadas empresas de fachada na Índia, em Angola, na República Tcheca, em Luxemburgo e na Suíça. A suspeita é de que elas teriam sido favorecidas em contratos de fornecimento com a Volks. Mas, segundo a promotoria, a revelação do escândalo teria impedido maiores prejuízos para a montadora alemã.
Também há suspeitas de que a diretoria da Volkswagen teria pago "viagens de luxo" para membros do conselho de fábrica, o órgão que representa os interesses dos trabalhadores da empresa. Segundo uma fonte interna da Volks citada pelo jornal, a diretoria "molhava a mão" do conselho de fábrica há mais de uma década.
Viagens de lazer de membros do conselho para o Brasil e outros países teriam sido pagas pela diretoria. Elas incluiriam encontros com prostitutas. Segundo o Süddeutsche, há recibos de mais de 30 mil euros gastos em encontros com prostitutas. Alguns estariam assinados pelo diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Peter Hartz.