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FMI-Banco Mundial

17 de abril de 2011

Alto endividamento das grandes nações industrializadas, principalmente dos Estados Unidos, coloca em risco a economia mundial, ouviu-se no encontro em Washington. EUA prometem reduzir deficit, Alemanha rebate críticas.

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Foto: DW/R.Wenkel

Os países industrializados – e sobretudo os Estados Unidos – tiveram que ouvir sérias críticas a suas políticas de endividamento público, durante a conferência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (Bird). Representantes do Brasil e da Rússia, por exemplo, condenaram essas políticas, argumentado que elas podem ter efeitos negativos para outros países e para a economia mundial.

"Elogio demais não faz bem"

No "Encontro de Primavera", que se encerrou neste domingo (17/04) em Washington, o secretário norte-americano de Finanças, Timothy Geithner, garantiu que este ano seu governo reduzirá significativamente o deficit público de quase 11%, através de um rigoroso programa de cortes.

Seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble, não se sentiu atingido pelas críticas e sublinhou as vitórias nacionais na consolidação orçamentária. "Há dúvidas quanto à sustentabilidade dos orçamentos públicos. Mas nesse aspecto nós, alemães, somos tão elogiados que eu nem posso repetir os elogios, pois tanto elogio assim não faz bem."

O presidente do Banco Central alemão, Axel Weber, que deixará o cargo no fim de abril, chamou a atenção para o bom desenvolvimento econômico do país. Segundo ele, o primeiro trimestre de 2011 foi excelente, e – caso os esforços de consolidação não sejam diluídos – será possível reduzir o endividamento público a apenas 2% do Produto Interno Bruto até 2015. Assim, o país estará decididamente aquém do limite de 3%, estabelecido pelo Tratado de Maastricht.

Schäuble não contradisse Weber, porém mencionou outros riscos a que a economia mundial está exposta. "Há vulnerabilidades crônicas nos sistemas bancários das maiores economias desenvolvidas. Em alguns países emergentes existe a tendência ao hiperaquecimento. Compartilhamos dessas análises de risco. Fato que só aumenta a importância de mantermos decididamente o processo de fortalecimento de nossos setores financeiros."

Axel Weber / Wolfgang Schäuble / IWF Weltbank Washington
Axel Weber (e) e Wolfgang SchäubleFoto: DW

Regulamentação

Tais medidas incluem mecanismos e acordos para melhor controlar os institutos financeiros que não possuem status de banco – como os fundos de pensão e os fundos de investimento e de cobertura (hedge funds) –, observou Schäuble.

"Tivemos um primeiro debate sobre a melhor regulação desse sistema bancário paralelo [shadow banks, como o Lehman Brothers]. Necessitamos de regras o mais simples possíveis, que englobem todos os atores do mercado, se possível. Quanto mais sucesso tivermos nisso, menores são as chances de que essas regras sejam burladas, maior será a eficiência."

O ministro alemão das Finanças registrou como êxito o fato de que, em seu encontro em Washington, as principais nações industrializadas e emergentes (G20) tenham concordado de forma concreta quanto a um mecanismo de alarme. Este visaria os desequilíbrios econômicos capazes de mais uma vez ameaçar o sistema econômico e financeiro.

Sete nações com grandes deficits ou superávits públicos seriam submetidas a uma fiscalização mais minuciosa. A identidade desses países não é grande segredo: Alemanha, China, EUA, França, Japão e Reino Unido. Segundo fontes da delegação encarregada, o sétimo país poderia ser a Índia.

Autor: Rolf Wenkel (av)
Revisão: Alexandre Schossler